O estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, está a ser alvo de grandes chuvadas desde o dia 27 de abril. Pelo menos 85% dos municípios deste estado já foram afetados pelo fenómeno, algo que tem resultado em cheias avassaladoras. Prova deste cenário catastrófico é o que aconteceu a uma égua, que teve de ser resgatada de um telhado de uma casa.

Tudo aconteceu em Canoas, uma das cidades mais atingidas. O cavalo ficou preso no telhado de uma casa, que estava cercada completamente cercada por água, esta quinta-feira, 9 de maio, e teve de ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, que se fez acompanhar por uma equipa de veterinários, avança o "G1".

Veja o vídeo.

No entanto, a égua já lá estava presa há mais tempo – cerca de quatro dias, mais precisamente –, mas as imagens começaram a circular na manhã de quarta-feira, 8 de maio. Inicialmente, até se pensava que fosse necessário o uso de um helicóptero para resgatar o animal, segundo declarações do autarca de Canoas.

"Vai exigir ação de um helicóptero, aliás um helicóptero que tenha capacidade de erguer um animal que normalmente tem 500 quilos, 600 quilos. Então, estamos preparando a logística para a gente poder salvar esse cavalo", disse Jairo Jorge, citado pela mesma publicação. Contudo, não foi necessário recorrer a esse meio de transporte.

Para ser retirada do local, a égua foi sedada, deitada e colocada num bote salva-vidas. O resgate começou a ser levado a cabo por volta das 11 horas, mas só cerca de uma hora depois é que o animal chegou a terra firme. O bote foi retirado da água, ainda com a égua lá dentro, e colocado num camião.

égua
créditos: dr

O mau tempo no Rio Grande do Sul afetou 425 dos 497 municípios que o compõem. De acordo com o "Valor Económico", o El Niño é que está na origem destas chuvas. Trata-se de um fenómeno climático, que causa um aquecimento anormal das águas do Pacífico na linha do Equador – e isto faz com a frente fria vinda do sul do país não consiga avançar para as outras regiões, fruto de um bloqueio da passagem de nuvens.

No total, as chuvas no Rio Grande do Sul provocaram a morte de 107 pessoas, além de estarem desaparecidas 136 e de haver 374 feridos. Canoas foi uma das cidades mais afetadas pelo fenómeno, responsável por vitimar quatro pessoas e pela destruição de 19 unidades de cuidados básicos.