Lembre-se disto: sempre que comer um palmier coberto vai estar a ingerir, de uma vez só, o equivalente a sete pacotes de açúcar de café, cada um com seis gramas. Esta quantidade vai fazer com que, em cinco minutos (ou menos), ultrapasse a dose diária de açúcar recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 25 gramas — o que corresponde a 5% da ingestão energética diária, tendo como referência as 2.000 calorias.
Estamos mais conscientes do que nunca dos perigos do consumo de açúcar em excesso. O tema explodiu há uns anos e, desde então, os esforços para mudar hábitos têm sido grandes. Há reportagens e artigos. Há documentários, novos livros com receitas sugar free e campanhas. E há até a adoção de novas medidas para travar este vilão da saúde — como aquela que acrescentou uma taxa aos refrigerantes e sumos.
A 25 de fevereiro de 2018, o Nutrimento, o blogue do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, criado pela Direção-Geral da Saúde, lançou um artigo com 53 razões para reduzir o consumo de açúcar em Portugal.
Os argumentos têm todos fundamentação científica e pretendem consciencializar a população para os riscos do consumo excessivo do açúcar, sobretudo quando adicionado e simples.
Mas o que são açúcares simples? De acordo com a Direcção-Geral de Saúde, “entende-se por açúcares simples (free sugar) os mono e dissacáridos adicionados aos alimentos e bebidas pela indústria alimentar, pelos manipuladores de alimentos ou pelos consumidores e, os açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sumos de fruta e concentrados de sumo de fruta.“
Segundo a mesma entidade, “a ingestão excessiva de açúcares simples, per si ou adicionados a alimentos, acrescentando apenas valor energético, tem sido associada ao excesso de peso/obesidade e consequentemente ao risco de desenvolvimento de doenças crónicas associadas. Por outro lado, o consumo de açúcar constitui também um dos principais fatores de risco para as cáries dentárias, uma das doenças não transmissíveis mais prevalentes a nível mundial."
Além do excesso de peso — que nasce do consumo de excessivo de calorias, ainda por cima "vazias”, ou seja, sem valor nutricional — apontam-se muitas outras consequências à ingestão excessiva deste ingrediente. Entre eles, o aumento da probabilidade de doenças cardiovasculares, aumento da pressão arterial, diminuição do colesterol HDL (o “bom”), diabetes tipo 2 ou aumento de apetite (ou menor efeito saciante).
Se quiser abusar um bocadinho, e ultrapassar a recomendação ideal da OMS, não ultrpasse mesmo os 10% (50 gramas).
Há bebidas e alimentos que nos fazem alcançar ou ultrapassar a dose diária de açúcar recomendada pela OMS. São produtos banais que podem muito bem fazer parte do seu dia a dia, ou pelo menos semana. E parecem tão inofensivos como docinhos. Quando lhe voltarem a passar à frente, porém, o melhor é pensar duas vezes. É que se quiser seguir as recomendações de quem percebe do assunto, nem uma peça de fruta poderá comer depois.
A MAGG andou a analisar a quantidade de açúcar presente em alguns alimentos, desde bebidas, a sobremesas, guloseimas ou bolachas — nos bolos de pastelaria, utilizámos valores de referência, sendo que estes podem variar consoante a forma como são feitos. Mostramos-lhe aqueles que vão fazê-lo exceder a dose diária ideal recomendada pela OMS.