O livro de memórias póstumo de Virginia Giuffre “Nobody's Girl: A Memoir of Surviving Abuse and Fighting for Justice”, descreve detalhadamente o primeiro encontro sexual com o príncipe André, revelando que durou “menos de meia hora” e que, alegadamente ,o duque de Iorque lhe acariciou os dedos dos pés e lambeu as plantas dos pés.
O terceiro encontro sexual com o príncipe, de acordo com excertos do livro da ativista, publicados esta quarta-feira, 15 de outubro, no “The Guardian”, ocorreu durante uma “orgia” com Jeffrey Epstein e outras raparigas também menores de idade, segundo refere a revista "People".
Virginia Giuffre, que morreu em abril deste ano, aos 41 anos, recorda no seu livro como Jeffrey Epstein e a companheira deste, Ghislaine Maxwell, começaram a “emprestá-la” a amigos poderosos, incluindo o príncipe André. Em 2022, a ativista e o duque de Iorque chegaram a um acordo extrajudicial por um valor não revelado no processo de agressão sexual que esta moveu contra o membro da família real, que não continha qualquer admissão de responsabilidade nem pedido de desculpas por parte do príncipe.
“O príncipe André nunca teve a intenção de difamar o caráter da Sra. Giuffre e aceita que ela sofreu tanto como vítima comprovada de abuso, como devido a ataques públicos injustos”, afirmava um documento judicial apresentado na altura.
No livro, Virginia Giuffre recorda ter conhecido o príncipe a 10 de março de 2021, na casa de Ghislaine Maxwell em Londes, e ter posado para uma fotografia com ele, tirada com a sua Kodak FunSaver - imagem que mais tarde se tornaria mundialmente famosa.
“De volta à casa, Maxwell e Epstein desejaram-me boa noite e subiram as escadas, sinalizando que era altura de eu tratar do príncipe. (...) Era suficientemente simpático, mas ainda assim arrogante - como se acreditasse que ter relações sexuais comigo fosse um direito que lhe assistia por nascimento”, escreveu a ativista norte-americana.
“Despimos-nos e entrámos na banheira, mas não ficámos lá muito tempo, porque o príncipe estava ansioso por ir para a cama. Mostrou particular atenção aos meus pés, acariciando-me os dedos e lambendo-me as plantas. Estava nervosa, com receio de que ele quisesse que eu fizesse o mesmo com ele. Mas não tinha razão para me preocupar. Parecia ter pressa em ter relações sexuais. Depois, agradeceu-me com o seu acento britânico cortante. Na minha memória, tudo durou menos de meia hora”, escreveu.
O segundo encontro sexual entre a ativista e o duque aconteceu em abril de 2001, na casa de Jeffrey Epstein, em Nova Iorque. Virginia disse que não se lembra do terceiro encontro sexual, mas que sabe o local - “uma ilha de 72 acres que Epstein possuía nas Ilhas Virgens Americanas”, revelou.
Virginia Giuffre escreveu que tinha “cerca de 18 anos” e acrescentou que ela, o Príncipe Andrew e Epstein tiveram relações sexuais em conjuntos e que o empresário se ria do facto de algumas delas, por não falarem bem inglês, serem as “as raparigas mais fáceis de lidar”, escreveu a ativista.
O livro “Nobody 's Girl: A Memoir of Surviving Abuse and Fighting for Justice” será publicado oficialmente a 21 de outubro.