Em entrevista a Maria Cerqueira Gomes, o Peixoto da novela da TVI "Festa é Festa" começou por referir a boa relação que tem com a família e o quão difícil foi o dia em que recebeu a notícia de que a irmã estava doente. "É um pesadelo", disse.

Há dois anos, a irmã ligou-lhe e, de imediato, o ator percebeu que algo se estava a passar. "A minha irmã entra no Hospital de Cascais para ir buscar uns exames e já não sai do hospital. Entra dentro de uma ambulância e vai diretamente para o [hospital] São Francisco Xavier e no dia seguinte está a ser operada", recorda, explicando que lhe tinha sido detetado um tumor na cabeça com o tamanho de "bola de ping pong".

João Mota. "Não há relações para sempre, mas há pessoas para sempre"
João Mota. "Não há relações para sempre, mas há pessoas para sempre"
Ver artigo

"Não se sabia, na altura, se era benigno ou maligno, sabia-se sobretudo o tipo de risco da operação que iria existir e os danos colaterais que eventualmente pudessem existir, permanecer, ou, na eventualidade de correr tudo bem, desaparecer", continua.

No dia seguinte à operação, quando ligou para saber o estado de saúde da irmã, foi-lhe dito que a mesma estaria novamente a ser operada devido a complicações. "Aí cai-te tudo", afirma. "O que tinha acontecido é que ela tinha tido uma hemorragia muito grande durante a noite e teve a valentia de chamar as enfermeiras e dizer: 'acho que se está a passar qualquer coisa comigo porque eu estou a sentir esta perna dormente, e já não a consigo mexer, e estou sentir o braço a ficar meio preso'".

Nesse momento, o ator confessa que pôs muita coisa em questão, mas o facto de ser crente deu-lhe forma para acreditar que tudo ia passar. "Isso e todos os momentos que tive com ela e, conhecendo-a como conheço, saber que ela não ia desistir do que quer que seja", conta a Maria Cerqueira Gomes.

Vítor Emanuel teve de trabalhar nas obras

Vítor Emanuel não deixou de mencionar os anos em que esteve afastado da representação. Recordou que começou a carreira muito novo, e a ganhar muito dinheiro, mas nem sempre os trabalhos surgiram e, nos últimos anos, viu-se obrigado a ir trabalhar para as obras.

Questionado por Maria Cerqueira Gomes sobre se acha que a determinada altura da vida esbanjou muito dinheiro, o ator responde: "Não foi esbanjar, esbanjar para mim está associado a estragar. Eu tentei viver e proporcionar a vida dos que estavam ao meu lado de uma maneira mais confortável. Nunca me importei de tirar do meu." Nessa altura, Vítor confessa que não pensou que o dinheiro era efémero.

Joana Pais de Brito: "A vontade foi maior do que o medo e eu mudei de vida"
Joana Pais de Brito: "A vontade foi maior do que o medo e eu mudei de vida"
Ver artigo

Afastado da televisão durante sete anos, o ator teve de procurar outros trabalhos e foi na construção civil que começou a exercer funções. Ainda assim confessa que nunca perdeu o carinho do público (estando ou não mais afastado). "O que me começou a fazer confusão era quando diziam 'porque é que não volta?'. É um pontapé no peito. Sobretudo quando fui trabalhar para a construção civil, a coisa ficou mais gravosa. Não é com desprezo nem tentarem-me recalcar, mas eu ficava entre o angustiante, tristeza e desespero", confessa, referindo que depois desta fase deixou de procurar respostas para algumas situações da vida.

Tanto das obras, como da representação, o ator revela que mantém poucas boas amizades. "A falta de humanismo e de querer fazer o bem ao próximo, infelizmente, é uma coisa que está enraizada em todas as áreas", afirma.

Atualmente, o Vítor Emanuel integra o elenco da telenovela da TVI "Festa em Festa", para o qual foi convidado por Cristina Ferreira. Na trama, interpreta a personagem de Peixoto, um empreiteiro.