Com a certeza de que a meteorologia vai conspirar a seu favor, a MAGG reuniu seis atividades ideais para explorar não só Alcácer do Sal como Alcácer do Jazz – mas já lá vamos. A premissa é simples: a cidade é muito mais do que o castelo que contempla através da janela do carro, em direção ao Algarve. Por isso mesmo, de passeios de barco a concertos ao vivo, criámos um roteiro, para miúdos e graúdos, para conhecer Alcácer do Sal já no próximo fim de semana (e não só).

1. Alerta, Instagram! Chegámos ao Cais Palafítico da Carrasqueira

O nome pode passar ao lado, mas a paisagem faz com certeza soar um sininho. A verdade é que se trata de um dos spots mais instagramavéis de Alcácer do Sal – daqueles que marca presença assídua no 'explorar' da rede social. Por isso, é (mais do que) provável que já se tenha cruzado com umas quantas fotografias deste cais.

De qualquer forma, seja para uma sessão fotográfica digna de revista ou apenas para passear, sugerimos uma paragem pelo Cais Palafítico da Carrasqueira.

"Esta obra-prima da arquitetura popular, que remonta às décadas de 50 e 60, é única na Europa e está construída em estacas de madeira irregular, aparentemente frágeis, que servem de embarcadouro aos barcos de pesca que ali acostam. Ponto de atração turística, o cais continua, ainda, a cumprir a missão para que foi construído: permitir o acesso dos pescadores aos barcos, mesmo durante a baixa-mar", lê-se no site da Câmara Municipal de Alcácer do Sal.

Cais Palafítico da Carrasqueira
créditos: Câmara Municipal de Alcácer do Sal

2. A caminhar é que a gente se entende

Andar a pé é a melhor (leia-se a única) forma de conhecer plena e efetivamente uma cidade – e Alcácer do Sal não é exceção. Por isso, sugerimos a Rota do Senhor dos Mártires. Para esta atividade, recomendamos calçado confortável, protetor solar e, claro, uma garrafa da água. O percurso ronda os 12,6 quilómetros e tem a duração aproximada de três a quatro horas de caminhada.

Entre campos de arroz e pequenas hortas, trilhos rurais e longas zonas agrícolas, a ideia é que a caminhada decorra junto às margens do Rio Sado. A partida dá-se na praça Pedro Nunes, junto ao Rio Sado, à saída de Alcácer do Sal. Sem spoilers, revelamos apenas que vai passar pelo Santuário do Senhor do Mártires, que dá nome à rota, e por várias espécies de animais diferentes – como cegonhas brancas ou graças.

Ao longo de todo o percurso, vai caminhar por zonas rurais e urbanas, passando pela área desportiva de Alcácer do Sal, para, por fim, terminar no centro urbano, encosta abaixo, até ao rio.

Coordenadas geográficas: N38º22'15"" W08º30'47""
Coordenadas geográficas: 38.370957º -8.513146º

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3. Alerta, passeio de barco!

Depois de uma longa caminhada à beira rio, recomendamos que passe da terra para a água (salvo seja).

Sugerimos a subida de barco do rio Sado a Alcácer do Sal com almoço a bordo e visita à cidade. "Um passeio rico em natureza e história, numa viajem no tempo, a uma das mais antigas cidades europeias fundada antes de 1000 anos a.C. pelos fenícios. Passando todo o estuário, avistam-se aldeias, marinhas de sal e belezas marinhas: flamingos, garças, cegonhas pretas e brancas, pernas-longas, maçaricos, para além doutros", lê-se no site oficial da Sea Life Lovers, empresa que organiza os passeios de barco. Para saber preços, contacte a empresa através do 265 418 935.

Sea Life Lovers
créditos: Sea Live Lovers / Facebook

4. Seguimos para as albufeiras do Pego do Altar

Para a próxima paragem, recomendamos fato de banho e uma vontade tremenda de passar tempo em contacto com a natureza. Desta vez, abrandamos o ritmo e sugerimos um mergulho no Pego do Altar. Com o verde das árvores como fundo, esta albufeira prima pela calma e tranquilidade, numa zona que convida a banhos e piqueniques e, ainda, a desportos naúticos – com vela, canoagem ou windsurf.

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Albufeira do Pego do Altar
Albufeira do Pego do Altar créditos: Câmara Municipal de Alcácer do Sal

5. Movido pela diversidade, o jazz chegou a Alcácer do Sal

É caso para dizer: seja muito bem-vindo a Alcácer do Jazz. Leu bem. A primeira edição do novo festival tem como palco Alcácer do Sal (com uma extensão até à Comporta). Estreou na passada sexta-feira, 6, vai até ao próximo dia 15 de agosto e a entrada é totalmente gratuita. 

Com a diversidade como mote da festa, com base nas (várias) culturas que passam pela cidade, "foi pensado de forma a construir fóruns informais de debate, de gosto e de vivências, criando um sentimento de pertença a uma comunidade cada vez mais alargada e inclusiva. (...) A ASL consolida assim a sua posição na questão da igualdade de género e de oportunidades ao passar das palavras à ação, algo essencial para criar um Portugal mais inclusivo.", lê-se no comunicado oficial do evento.

Alcácer do Jazz assume-se como um festival que promove a igualdade e, por isso, a programação central dos concertos e encontros tem 50% de mulheres nos elencos. 

Depois de um fim de semana com concertos de Mário Laginha, Carlos Martins e Marta Hugon, a programação Alcácer do Jazz regressa com uma nova panóplia de artistas. Desta vez, Beatriz Nunes (dia 12), Maria João (13), Salvador Sobral (14) e Barradas-Toscano-Pereira Trio (15) foram os eleitos para pisar o palco, com concertos que terão sempre início às 21h30.

Em simultâneo, o evento Alcácer do Jazz promove momentos de encontro com a comunidade e de debate que se debruçam sobre os temas “Música e Cultura Mediterrânea”, “Matemática e Jazz” e o “Jazz nas Filarmónicas” que traz os jovens, de ambos os sexos, da música de Banda para o mundo da improvisação. Alcácer do Jazz é produzido pela Associação Sons da Lusofonia (ASL), com direção artística de Carlos Martins e promovido pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal (CMAS) ao abrigo do programa Portugal 2020.

6. Por último, mas não menos importante: o castelo

Sim, Alcácer do Sal é muito mais do que o castelo que o caracteriza, mas este não deixa de personificar uma paragem obrigatória para quem quer conhecer a cidade. Para os amantes da expressão "é como ir a Roma e não ver o Papa" – é mais ou menos disso que se trata.

Famoso pela sua fortificação e por ter uma forte influência no nome da cidade – sendo que deriva da palavra "Al-Kassr" que, em árabe, significa castelo – o castelo de Alcácer do Sal e as suas muralhas albergam hoje, no seu interior, a Pousada D. Afonso II (atualmente, com entrada exclusiva a hóspedes) e, ainda, a Cripta Arqueológica, cujo valor do bilhete normal é de 3,10€.

"O espaço foi durante largos anos palco de lutas entre cristãos e muçulmanos e assistiu a momentos decisivos na história de Portugal. De construção muçulmana, é um dos poucos exemplares arquitetónicos em taipa que resistiram ao tempo e chegaram aos nossos dias", lê-se no site da Câmara de Alcácer do Sal.