A vida na pequena vila de Hallstatt, na Áustria, era pacífica até meados de 2013, altura em que começou a surgir o rumor de que a paisagem teria sido a grande inspiração para o reino mágico e gelado de Arandelle, em "Frozen". Desde então que a região, habitada por apenas 778 pessoas, tem registado um fluxo de turismo elevado e seis vezes superior ao número de visitantes de Veneza, em Itália.

Tanto o é que o presidente da câmara da região já começou a tomar medidas para desencorajar a visita de turistas. Segundo escreve o jornal britânico "The Guardian", a vila de Hallstatt recebe cerca de 10 mil turistas por dia e é já um dos locais populares do Instagram. Os dados são especialmente surpreendentes se se tiver em consideração que, em meados de 2010, a vila recebia diariamente cerca de 100 turistas.

O interesse terá crescido depois de ter sido lançado o rumor, ainda não confirmado, de que a região terá influenciado o universo do "Frozen". Desde então que Hallstatt foi notícia em várias estações de televisão, algumas internacionais, o que poderá justificar o fluxo turístico.

E o comportamento dos visitantes é quase sempre o mesmo: tentar encontrar um local que não esteja repleto de pessoas para tentar tirar uma fotografia. Depois disso, e porque parece não haver muito mais para ver em Hallstatt, abandonam. Segundo o mesmo jornal, os efeitos do turismo excessivo são tanto positivos como negativos.

"Por um lado, a cidade tem capacidade de ser financeiramente independente e tem dinheiro para financiar eventos locais ou escolas. Da mesma forma, negócios que anteriormente funcionavam apenas durante uma época sazonal podem agora estar abertos o ano inteiro. Por outro lado, a vila está sempre cheia, sofre de muito lixo nas ruas e há várias drones a sobrevoá-la. Quem vive aqui sente sempre que está a viver numa espécie de parque temático", escreve o jornal.

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Tudo isto terá obrigado o presidente da câmara a tomar medidas para combater a sobrepopulação de Hallstatt e prevê-se que, até ao afinal do ano, seja possível limitar o número de autocarros turísticos que cheguem à região, através de um corte de um terço nos 20 mil autocarros que fazem o trajeto até à vila.

No entanto, a mesma publicação explica que há limites legais para o que pode ser feito, visto que não é possível simplesmente dizer aos visitantes para deixarem de visitar a região. E nem está nos interesses da cidade que isso aconteça de forma radical — visto que só para usar as casas de banho públicas, os turistas são cobrados 1€ por utilização.

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