Quem olha de fora, não faz ideia do que escondem as paredes inócuas, assentes numa simples mistura de tom castanho-alaranjado, do The Lodge Wine & Business Hotel, o empreendimento de cinco estrelas do grupo Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, construído sobre os antigos armazéns da Real Companhia Velha, em Vila Nova de Gaia.

A explicação é simples: em respeito ao património cultural, não foram permitidas alterações à fachada. É isso que justifica que uns quartos tenham varanda francesa e outros não. "Só conseguimos pôr algumas, mas queríamos mais. É por isso que dizemos que quando as pessoas olham de fora, nem imaginam o que está cá dentro", diz Niklas Breitenbach, diretor de marketing do hotel.

Assim que entramos, a simplicidade da fachada é deixada à porta. O interior, cuja decoração esteve a cargo da designer madeirense Nini Andrade Silva, transporta o Douro para dentro do empreendimento apostando, claro, em linhas flutuantes em que as cores predominantes são o âmbar (ou o dourado) da cortiça rústica e das pipas de vinho e o azul maduro do rio que é emprestado aos sofás espalhados um pouco por todo o hotel — do lobby aos quartos. As paredes assemelham-se à cortiça, há vinhos expostos em vitrines embutidas nas paredes e, diz-nos Breitenbach, está nos planos abrir uma loja de vinhos junto à receção para que, mesmo na despedida, se leve um pouco do Porto no saco.

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Ainda no lobby, a luz quente reforça os tons dourados e acastanhados da decoração que transmitem conforto. Além do azul aqui e ali em alguns sofás, até a cor da alcatifa foi escolhida ao pormenor. Aposta-se no cinzento suave para imitar o betão de um armazém, numa forte ligação à Real Companhia Velha. Não é de estranhar, portanto, que a escadaria em caracol, responsável por fazer a ligação entre a receção e o piso de cima, faça uso de restos de uma velha pipa que, "sendo de peça única, é o coração do hotel, uma vez que foi recuperada especificamente para este propósito", diz o diretor de marketing à MAGG.

Todos os detalhes da decoração foram pensados de modo a trazer, para o interior do espaço, a tradição vinícola do País. Se a exposição das garrafas de vinho no lobby não chega para convencer, há mais: como as colunas que servem de pilares no restaurante do espaço e que se assemelham às cestas das vindimas. À semelhança da pipa usada na escadaria do hotel, também esta peça foi construída exclusivamente para o The Lodge.

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Já numa das casas de banho do espaço, desta vez por opção da designer Nini Andrade Silva, o lavatório parece uma uva cortada ao meio. Não nos admiraríamos se, à medida que os hóspedes fossem conhecendo o hotel, essa casa de banho fosse um dos locais mais fotografados (e publicados no Instagram) por ser igualmente megalómano e, ao mesmo tempo, respeitador da História dos vinhos.

E adesão dos hóspedes é aquilo que Niklas Breitenbach espera para os próximos meses. O espaço abriu em regime de soft opening em outubro de 2020, mas a pandemia fez atrasar a abertura em pleno para 28 de maio deste ano. "Na altura [referindo-se a outubro], sabíamos que era arriscado abrir [no início do ano] porque coincidiria com o momento em que pandemia estava novamente em força. Mas agora vamos para o verão em altas. Temos recebido muitos pedidos de reservas", refere.

The Lodge
O lobby do hotel pauta por linhas flutuantes que transportam o Douro para o interior do hotel créditos: Francisco de Almeida Dias

E porque a pandemia ainda exige cuidados, o diretor de marketing do hotel garante que o espaço está totalmente adaptado face à nova realidade. Além da higienização constante e obrigatória, todos os funcionários tiveram ações de formação, há quartos exclusivamente dedicados para o isolamento de alguém que esteja infetado ou se suspeite de infeção e está também firmado um acordo com o Hospital CUF Porto que receberá hóspedes cujos testes à COVID-19 acusem positivo.

Sobre os meses que se seguem, Breitenbach garante que "julho, agosto e setembro já estão bem compostos", com as reservas a serem feitas por "muitos espanhóis, alguns ingleses, americanos e também portugueses."

O quarto espaçoso, cheio de luz e confortável

A compor o The Lodge, há 119 quartos divididos em categorias superior, deluxe, terrace deluxe e signature suite (estas com cerca de 200 metros quadrados, duas salas, duas mezzanines e uma janela ampla que ilumina todo o espaço, com cortinas automáticas que escondem a luz vinda do exterior). Aquele em que estivemos alojados é de categoria deluxe, iluminado por janelas altas que permitem uma vista desafogada e panorâmica, do lado de Vila Nova de Gaia, sobre o Douro e, à direita, da ponte D. Luís I.

À semelhança do lobby e dos corredores do hotel, também aqui há tons rústicos no chão, no closet, na cabeceira da cama e nos sofás. O azul do rio está na alcatifa e nas paredes, condizendo com a imagem da água, sempre serena, que a janela do quarto deixa ver. Na mesa, uma mimo de boas vindas: duas garrafas de água, uma com gás e outra natural (repostas a cada limpeza); três maçãs e um kit com álcool gel e duas máscaras. Afinal, a pandemia continua aí.

The Lodge
O quarto tem uma vista privilegiada sobre o rio. créditos: Francisco de Almeida Dias

O quarto é muito espaçoso seja para uma ou duas pessoas. O closet tem inúmeros cabides e há, em toda a estrutura, dois espaços para deixar as malas de viagem. A zona dos cabides reforça o tom castanho-alaranjado que percorre o hotel com uma barra única, iluminada, e francamente bonita. Quem diria que um simples suporte de cabides seria assim tão fascinante. Mas foi, de facto. A cama king size é extremamente confortável e foi o nosso refúgio depois de um dia cansativo de viagem de Lisboa a Vila Nova de Gaia. Na casa de banho do quarto estão assegurados todos os elementos básicos de higiene pessoal.

Encontrámos o minibar vazio e temos dúvidas quanto à televisão embutida no enorme espelho disposto em frente à cama. Se, com as janelas abertas, é verdade que o reflexo exterior é visível no ecrã (ainda que não impeça a visualização), às escuras o problema persiste — porque é refletida a imagem que vem de outro espelho, aquele que está imediatamente acima da cama. Este é o único ponto negativo do quarto que, apesar disso, não estraga em nada a experiência.

De volta aos pontos positivos: o automatismo que permite que, sempre que se abre a janela, o ar condicionado desligue de forma imediata. Além do conforto associado, um hotel de cinco estrelas também se faz de boas ideias e esta é uma delas.

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Mas o grande destaque é, sem dúvida, o rio, deixando a ideia de que a cidade está próxima do olho. Essa proximidade esconde outro benefício: o facto de estarmos a cerca de 15 minutos a pé do Porto. "Nesta zona não há nenhum hotel assim tão perto do rio. E o melhor é que, quem aqui ficar, consegue fazer tudo a pé. Isto é especialmente importante nesta altura em que as pessoas evitam os transportes públicos", diz Niklas Breitenbach.

Acrescentamos ainda que, para quem não tem carro, é uma mais valia, já que não tem necessariamente de ficar retido no hotel. Pode ir ao Porto passear e voltar para jantar.

"Um hotel de cinco estrelas não pode ter só uma vista bonita". A frase é do diretor de marketing do espaço e o anfitrião durante a visita da MAGG ao hotel. Niklas Breitenbach refere-se à "vontade de oferecer um serviço personalizado" que distinga este empreendimento de outros.

Do café servido à mesa às aulas de culinária na cozinha do hotel

Essa personalização, conta-nos, pode começar logo no aeroporto, no caso de os clientes requisitarem o serviço de transfer. "Oferecemos um transfer diferente com uma bebida de boas vindas durante a viagem ou mesmo no aeroporto e a possibilidade de, ainda durante o caminho, os hóspedes puderem fazer o seu check-in através de um tablet", explica.

Mas não se fica por aqui: o café, servido no restaurante do espaço, o Dona Maria (aberto também a não hóspedes para almoço e jantar), é sempre servido à mesa e em moldes diferentes consoante a escolha: feito em prensa francesa ou em balão. Qualquer que seja o método de preparação, ser-lhe-ão explicados à mesa todos os passos. Ficámos surpreendidos. De todos os hotéis em que estivemos, este foi o primeiro em que vimos tal serviço. Nota mais do que positiva neste aspeto.

O café, a que muitas vezes se dá pouca atenção e se despacha com recurso a cápsulas, é delicioso. Falamos de café 100% arábica, produzido na Colômbia, e tão suave e aromático que se bebe sem açúcar. Mas se o preferir mais doce, ninguém lhe vai negar um pacote de açúcar.

A personalização continua noutra parte do hotel, no Wine Bar, no mesmo piso da receção, para o momento Wine O'Clock. Todas as sextas-feiras, das 18 às 20 horas e de duas em duas semanas, os hóspedes podem ter acesso a uma prova de vinhos que contará com a participação tanto de um produtor de vinhos como do chef Ricardo Simões, que assume a liderança da cozinha do hotel. A ideia passa por, consoante os vinhos que o produtor escolha para a sessão, Simões possa escolher os melhores petiscos que potenciem os vinhos provados.

No momento em que a MAGG visitou o hotel, a sessão dividiu-se em quatro etapas: para um ceviche de robalo, provou-se um vinho rosé da Covela; para os camarões bebés servidos com maionese de carabineiro em tostas (para comer à mão), provámos um vinho branco da Flor das Tecedeiras; já o tártaro de novilho pediu um vinho verde da Covela; enquanto no final da experiência, as fatias de presunto fizeram-se acompanhar de um vinho tinto da Flor das Tecedeiras.

O preço desta experiência é de 30€ por pessoa.

The Lodge
O soufflé de bacalhau é um dos pratos presentes na carta e um dos preparados pela MAGG durante a estadia no hotel. créditos: MAGG

Também será possível reservar uma Cooking Class em que, juntamente com o chef, poderá preparar as suas refeições — o que permitirá conhecer não só a carta do restaurante, mas também a cozinha do hotel (desde que o grupo seja reduzido). Alguma vez entrou na cozinha de um hotel de cinco estrelas? Agora, passa a poder entrar. Foi o que fizemos com o pretexto de preparar opções como os petiscos camarão ao alho (11€ individual ou 19€ para partilha) e ovos verdes com guacamole (7€), o prato soufflé de bacalhau e a sobremesa tártaro de manga (7€). Tudo opções que estão sempre disponíveis na carta do restaurante.

A atividade está disponível para grupos a partir de quatro pessoas e os preços requerem a consulta junto do hotel e uma marcação feita com antecedência por questões de logística. Para grupos pequenos (até cinco pessoas), a aula de culinária acontece na cozinha principal, enquanto que, com grupos maiores, acontece na cozinha de banquetes, confirmou o diretor de marketing do hotel à MAGG.

Além de preparar os pratos e conhecer os ingredientes, pode ainda ficar a saber os segredos do chef na confeção dos pratos. Podemos partilhar um deles aqui: manteiga é coisa que não falta nas refeições. "A manteiga é como o azeite e, por isso, tem de haver sempre na cozinha. Uso a manteiga para tudo: molhos e refogados", confidenciou-nos Ricardo Simões.

A receita Soufflé de Bacalhau do chef Ricardo Simões

Para o chef Ricardo Simões, "não há receitas" ou "segredos" na cozinha. Por isso, não se importou de partilhar connosco todo o processo de preparação. Foi um dos pratos deliciosos que provámos aquando da nossa estadia.

Começa assim:

  • Cozer bacalhau em água com salsa, ouro, alho e azeite;
  • Retirar o bacalhau, desfiar e guardar a água para o bechamel;
  • Fazer uma cebolada com alho, cenoura, folha de louro;
  • Refrescar com vinho branco;

Para o bechamel:

  • Derreter manteiga (2colher de sopa)
  • Juntar farinha (1 colheres de sopa)
  • Atenção: a quantidade e a percentagem duas de manteiga para 1 de farinha.
  • Deixar cozer e de seguida juntar um pouco de leite e deixar cozer.
  • De seguida juntar um pouco de água do bacalhau para acabar de cozer o bechamel.
  • Para o preparado, junta-se o bacalhau desfiado e a cebolada ao bechamel;
  • Bate-se as claras em castelo e junta-se ao preparado;
  • Vai ao forno durante 10 minutos a 180.º.

No futuro, vai estar também disponível a atividade Fish Your Dish, em que os hóspedes irão pescar a sua refeição e depois prepará-la em conjunto com o chef. O preço deverá ser consultado junto do espaço.

A comida surpreendente e saborosa que pede partilha à mesa

É no restaurante Dona Maria, que aposta nos mesmos tons acastanhados que gritam conforto em todo o hotel, que se toma o pequeno-almoço, o almoço e o jantar. Vamos por partes: o nome do espaço foi inspirado no nome da infanta que, no século XVI, escreveu aquele que viria a ser considerado o primeiro livro de culinária portuguesa. A escolha não foi feita ao acaso, já que a ideia é "trazer a tradição de volta para a mesa", revela Niklas Breitenbach.

"As pessoas estão a fugir do fine dining e querem coisas mais locais, com a possibilidade de partilhar tudo o que vem para a mesa", refere. É por isso que grande parte das opções da carta podem ser pedidas em duas modalidades: em porção individual ou em porção maior, para partilha. É o caso da vitela estufada com arroz de enchidos (21€ individual ou 30€ para partilha), que é servida numa panela de barro através da qual os hóspedes são incentivados a servir-se à vez e à colher.

A vitela, essa, está cozinhada no ponto e desfaz-se na boca. Mas a mistura de sabores intensifica-se com um arroz de enchidos que, apesar de forte e assertivo no paladar, nunca é demasiado. A modalidade de partilha está ainda prevista nas entradas com uma tábua mista de queijos e enchidos (19€ individual ou 34€ para partilha).

Nas sopas, há opções como a deliciosa e original canja de galinha (5€) com um ovo ao centro do prato ou um cappuccino (embora o chef lhe chame creme) de carabineiro acompanhado de coco e pérolas de yuzo (8€) que, apostamos, será um dos pratos mais populares do próximo inverno no hotel. Quando pensamos em conforto, é isto que, a partir de agora, nos virá à cabeça.

Na carta, há ainda alternativas como Tripas à Moda do Porto (15€ individual ou 28€ para partilha), Bacalhau à Zé do Pipo (22€ ou 44€), Cabrito Estonado à moda de Oleiros (21€ ou 38€) ou uma cataplana de peixe e marisco (28€ ou 46€).

Nas sobremesas, as opções vão do pastel de nata com gelado de canela e molho caramelo (8€) à panacota de iogurte grego aromatizada (6€) e às texturas de chocolate e avelã (9€). Para partilha, há ardósias preparadas pela chef de pastelaria, Natacha Marques, para duas (14€), quatro (25€) ou seis pessoas (38€).

Porque a ideia é vender o hotel através do restaurante, este estará aberto mesmo a não hóspedes. O espaço dispõe ainda de um terraço com vista panorâmica para o rio e que, nos dias de sol, é muito convidativo.

Pontos (muito) positivos do restaurante: o pão é sempre fresco e com muita variedade (pode escolher de alfarroba, integral ou de sementes), os produtos são todos comprados a produtores locais e as refeições servidas em pratos muito quentes para garantir que, mesmo que haja um ligeiro atraso na saída da comida da cozinha para a sala, esta esteja sempre quente no momento de pôr o garfo ou a colher à boca.

O pequeno-almoço que pauta pela variedade (e qualidade)

O pequeno-almoço também não desilude e pode encontrar a mesma variedade de pão, queijos, bagels e café (em balão ou prensa francesa). Na pastelaria encontra croissant folhado ou brioche, mini pastel de nata ou brownies. Pode ainda pedir ovos cozidos, mexidos, omeletes, ovos benedict, fiambres, salsichas, salmão fumado, panquecas, crepes, waffles, tomate assado com migas ou batata assada com ervas aromáticas

Há compotas artesanais de abóbora, tomate e fruta da época, molhos doces e xaropes como Nutella, maple syrup, mel de eucalipto ou mel de urze. Há também granolas, frutas da época e cereais vários. Nas bebidas encontramos os habituais leites gordos ou magros, mas estão também asseguradas opções como leite sem lactose, leite de aveia, de amêndoa, de arroz e de soja.

The Lodge.
Nesta fase inicial, o pequeno-almoço é escolhido do balcão e depois servido à mesa. Mas há muitas mais opções na carta créditos: Maria João Abreu

Nesta fase, e devido aos efeitos da COVID-19, algumas destas opções estão disponíveis em cima do balcão do restaurante Dona Maria que podem ser escolhidos para que, depois, sejam levadas à mesa pelo responsável pelo serviço de sala. Não há serviço de buffet.

Além disso, pode ainda escolher outras opções da carta de pequeno-almoço como a terrina de foie gras com quinoa e redução de vinho tinto (8€), omelete de trufa (15€), tosta de pão integral com salmão fumado e abacate (8€) ou uma quiche de cogumelos e espinafres (7€).

Fora a comida e as experiências enunciadas (até porque há muitas mais que estão previstas arrancar ainda este ano, como uma sessão de prova dos melhores chás do mundo), o The Lodge Wine & Business Hotel conta ainda com várias salas de reuniões, uma piscina exterior com visibilidade para a Serra do Pilar e um pequeno ginásio que, nesta fase, tem a lotação máxima de até duas pessoas.

No futuro, garante-nos Niklas Breitenbach, haverá um personal trainer disponível por marcação para aulas de ioga. A única ausência é o Spa, mas a escolha foi consciente. "Não temos um spa porque a estadia média é de duas ou três noites no Porto. As pessoas passam grande parte do seu tempo a passear na rua", o que terá inviabilizado o investimento numa unidade desse tipo.

Nesta altura de abertura, o espaço está a promover uma tarifa especial de 170€ por noite, que inclui alojamento em quarto duplo e o pequeno-almoço. Esta tarifa manter-se-á em vigor até ao final de julho. A partir de agosto, o preço por noite passa para 200€ por noite nos mesmos moldes.

A MAGG esteve alojada no The Lodge Wine & Business Hotel a convite do empreendimento.

The Lodge Hotel

Localização: Rua de Serpa Pinto, 60, 4400-307 Porto
Reservas: 220 157 540 / info@thelodgehotel.pt / site