Fernando Alvim é uma das testemunhas do caso que opõe Joana Marques aos Anjos em tribunal. O radialista esteve em tribunal esta segunda-feira, 30 de junho, para a terceira sessão do julgamento, onde deu o seu testemunho depois da hora de almoço, durante 40 minutos.

Os irmãos Rosado pedem um milhão de euros de indemnização a Joana Marques por um vídeo partilhado pela humorista nas suas redes sociais com uma sátira à atuação da banda no MotoGP, quando interpretaram o hino nacional.

Anjos VS Joana Marques. Ricardo Araújo Pereira depõe a favor da humorista. "Se alguém se ri deles, eles pedem um milhão de euros"
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Sérgio e Nelson Rosado alegam que o vídeo em questão lhes causou uma série de danos patrimoniais e não patrimoniais. Embora tenha estado em silêncio nas outras sessões, nesta última, a humorista pediu para falar. Ricardo Araújo Pereira também já depôs a favor da colega.

"Estou aqui para falar dos Monstros do Ano, que organizo há 17 anos, e da sessão de 2022 para o qual os Anjos estavam nomeados", começou por dizer Fernando Alvim, no Palácio da Justiça, adiantando que recebeu "um telefonema por parte do Nelson em que ele pedia para retirar um vídeo que foi exibido na gala". 

"O Nelson pediu-me para retirar o vídeo, disse que não fazia sentido, que os prejudicava e na verdade eu já tinha feito a cerimónia principal, já pouco usava o vídeo, achei que não havia problema nenhum em retirá-lo dos outros vídeos", continuou. "Aquele nem sequer era o vídeo vencedor. Portanto, foi sem nenhum problema que retirei o vídeo. Percebendo o transtorno, achei que a cerimónia já tinha passado, o vídeo já tinha sido exibido… Pensei: para quê?", disse o radialista.

"Quero deixar claro que não via mal nenhum na exibição desse vídeo. Achei só que era um momento insólito. O fundamento foi haver comicidade. Para os Anjos possivelmente não haveria, mas para nós houve. Há dificuldade técnicas, houve um desajuste, e o resultado é aquele", prosseguiu, garantindo: "Não manipulei absolutamente nada".

"Eu já conhecia o vídeo antes de a Joana ter pegado nele", assegurou Fernando Alvim. "Ser comparado a uma Maria Leal não é o momento alto de uma banda", disse a advogada de Sérgio e Nelson Rosado, sobre a inclusão da banda na gala Monstros do Ano.

"Acho que eles estão magoados. Acho que estão muito magoados", afirmou Alvim, sendo corrigido pela advogada: "lesados, financeiramente, na sua reputação, na sua imagem. Acha que eram pessoas para vir intentar uma ação se não tivessem sido lesados financeiramente?".

"Eu acho que foi um ato isolado numa carreira longa. Acho que este processo no fundo vem chamar a atenção para um momento que hoje em dia já ninguém se iria recordar", atirou. "A Joana Marques é humorista e aquilo que está ali a fazer é um exercício de humor (...) Acho que todos nós podemos defender essa liberdade de expressão", concluiu, citado pelo "Observador".

Nesta sessão, estiveram presentes figuras públicas como o marido de Joana Marques, Daniel Leitão, a radialista da Renascença Ana Galvão, Ricardo Araújo Pereira e José Diogo Quintela, colegas da humorista no programa da SIC "Isto é Gozar com Quem Trabalha".