A providência cautelar que tinha como objetivo impedir a realização da Festa do "Avante!" foi recusada. Depois de avaliada, o Juízo Central Cível de Lisboa não aceitou o processo avançado por Carlos Valente, representante da Pioneer em Portugal e fornecedor de equipamento para festivais e discotecas.

A decisão foi revelada pelo próprio Carlos Valente que apresenta a argumentação do tribunal para recusar a providência cautelar. Entre as razões está o facto de necessitar de “maior detalhe na indicação de factos concretos conducentes ao risco de um agravamento da pandemia”, bem como o facto de ser "'já publico e notório a existência de instruções, por parte da autoridade de saúde competente, com vista à segurança do evento'", revela o autor da providência cautelar ao jornal "Observador".

Essas instruções foram entregues pela Direção-Geral de Saúde (DGS) este domingo, 30 de agosto, e, tendo em conta que a providência cautelar foi recusada, a festa vai mesmo avançar sob as recomendações do parecer técnico, que estabeleceu metade da lotação inicial prevista para o evento que começa já esta sexta-feira, 4 de setembro, — limitada agora a um máximo de 16.563 pessoas.

DGS divulga medidas para Festa do "Avante!": Lotação cortada para metade, lugares sentados e álcool proibido após às 20h00
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Contudo, Carlos Valente não ficou satisfeito com a decisão e revela ao mesmo jornal que mantém a “indignação pela incoerência objetiva demonstrada pela diversidade de critérios existentes nas diversas atividades que decorrem da normalidade social” e que vai ficar atento ao desenrolar do evento. O representante da Pioneer em Portugal promete voltar a “recorrer aos direitos fundamentais que a Constituição lhe atribui” no futuro, caso se justifique.

Comerciantes do Seixal em protesto esta quinta-feira

"Seixal Sim Covid Não" vai assim sair à rua para protestar contra a realização da Festa do "Avante!" através de uma marcha lenta "apartidária" organizada por um grupo de moradores do Seixal.

"Nós estamos bastante indignados com a situação que o evento pode trazer com muitas pessoas a afluir ao Seixal", explicou Sónia Alves, uma das organizadoras do movimento "Seixal Sim Covid Não", de acordo com a TSF que cita a agência Lusa. Sónia Alves acrescentou que o movimento vai decorrer apenas em automóvel "exatamente para acautelar o que reivindicam, a saúde pública".

O protesto pacifico vai começar às 18 horas no Complexo Desportivo Carla Sacramento, e termina na rua Infante D. Augusto, na Amora — freguesia onde também se vai realizar o evento comunista, entre 4 e 6 de setembro.