Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões do FC Porto, mais conhecido como Macaco, foi detido em janeiro, em casa, pela Polícia de Segurança Pública (PSP), assim como a mulher, Sandra Madureira, e mais 10 outros elementos da claque. Em causa estão mais de 30 crimes, entre eles ofensas à integridade física e à liberdade de informação, assim como um esquema ilegal de venda de bilhetes que chegou a lesar o clube em milhares de euros.

Agora, sabe-se que Fernando Madureira era a cara do negócio, mas era Sandra quem geria todo o dinheiro que foi confiscado na Operação Pretoriano, que inclusive guardava numa grande jarra.

Líder dos Super Dragões e a mulher foram detidos. PSP está a fazer buscas no Porto
Líder dos Super Dragões e a mulher foram detidos. PSP está a fazer buscas no Porto
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Ao que tudo indica, de acordo com o jornal “Correio da Manhã”, as escutas desta operação apanharam várias conversas do casal, onde se percebe que era a mulher de Macaco que geria os milhares de euros encontrados pela PSP em várias divisões da casa a 31 de janeiro, nas buscas que fizeram na zona do Porto a casas de elementos dos Super Dragões.

Na conversa ouve-se Fernando Madureira a perguntar a Sandra se “não há dinheiro em casa a não ser o que ficou na saca amarela”, alusivo ao esquema, ao que a mulher responde que há, na grande jarra que guardam, mas que vai direto para o cofre. “Há, no jarrão, mas não é para mexer. É para ir ao cofre”, disse.

Além disso, ainda se ouve o líder da claque Super Dragões a explicar que precisava de “pagar umas coisas” relativas à tese de mestrado “que tinha mandado fazer”, existindo outras dívidas que tinham de ser pagas com a “saca amarela” que Fernando tinha no Dragão.

Numa outra conversa, Macaco perguntou à mulher quanto é que ele devia a Hugo “Polaco”, outro dos detidos em janeiro, ao que a mulher respondeu “800 euros”. Estes três detidos são, assim, quem arrisca uma pena mais elevada, visto que as conversas apanhadas pelas escutas da Operação Pretoriano mostram que os esquemas e os ataques de que estão a ser acusados foram organizados.

A 31 de janeiro, Fernando e Sandra Madureira e outros 10 adeptos do FC Porto foram detidos nas buscas feitas pela PSP, e foi na passada terça-feira, 6, que foram acusados de 31 crimes: 19 de coação agravada, sete de ofensas à integridade física, um crime de instigação, um crime de arremesso de objetos ou produtos líquidos e três crimes de atentado à liberdade de informação, de acordo com o jornal “A Bola”. Desde então, continuam em prisão preventiva, enquanto a Operação Pretoriano continua a reunir provas de todos os crimes.

Segundo "O Jogo", os dragões já emitiram um comunicado a pedir para que sejam apuradas as devidas responsabilidades. Alguns dos crimes de que os suspeitos estão ser acusados também têm que ver com a Assembleia-Geral Extraordinária do FC Porto, que envolveu cenas de violência, assim como as ameaças feitas a André Villas-Boas, presidente do clube, junto à sua habitação, onde um dos muros chegou mesmo a ser vandalizado.