O Oceanário de Lisboa está de portas abertas há 25 anos. Inaugurado a 22 de maio de 1998, no âmbito da última Exposição Mundial do século XX, cujo tema foi "Os oceanos, um património para o futuro", esta instituição foi responsável por eternizar a ligação da capital portuguesa com o oceano.
Para festejar este marco, o Oceanário encerrou as bilheteiras e permitiu que a entrada fosse gratuita o dia inteiro, tendo oferecido bilhetes a 9 mil pessoas. Escusado será dizer que esta ação, que foi realizada pela primeira vez desde a abertura, foi um sucesso – isto porque os bilhetes esgotaram num ápice, já que tinham de ser reservados previamente.
Apesar de dispensar apresentações, é provável que não saiba tudo (ou que não se recorde, pelo menos) de alguns factos sobre o Oceanário de Lisboa. Por isso, a MAGG reuniu algumas curiosidades sobre este aquário da capital, que é um espaço de referência em Portugal e internacionalmente.
1. Número de visitantes e respetivo recorde
Pelo Oceanário de Lisboa já passaram mais pessoas do que habitantes tem Portugal. O aquário do Parque das Nações conta com mais de 28 milhões de visitantes no seu repertório, vindas de mais de 200 países para conhecer os segredos que a vida marinha esconde.
Por ano, as visitas a este equipamento cultural, que é o mais visitado do País, rondam um milhão. No entanto, o recorde atingido pelo espaço deu-se em 2022, ano em que conquistou 1.254.856 de curiosos, de acordo com o relatório anual de desempenho do Oceanário.
2. Inauguração do Edifício do Mar
É provável que a memória já lhe falhe e que ache que o Oceanário de Lisboa sempre foi composto por dois edifícios imponentes. Contudo, um deles é relativamente recente. Estamos a falar do Edifício do Mar, que foi inaugurado em 2011 com o objetivo de responder às suas necessidades programáticas.
Este edifício, planeado para dialogar com aquele que já lá existia, acolhendo exposições temporárias, um auditório e espaços de serviços para o público, foi projetado pelo arquiteto Pedro Campos Costa. A sua inauguração foi sinónimo de uma expansão no que diz respeito ao reforço de um trabalho mais teórico de promoção do conhecimento sobre os oceanos.
3. Distinções atrás de distinções
A quantidade de visitantes que o Oceanário de Lisboa acolhe por ano é, provavelmente, uma das melhores formas de reconhecimento. No entanto, além do elevado tráfego, também há outras distinções que têm contribuído para reconhecer o valor deste equipamento cultural.
O Oceanário já foi considerado o melhor aquário do mundo em três ocasiões, pelo Travellers' Choice do Tripadvisor. Tudo começou em 2015, o primeiro ano em que foi eleito, sendo um feito que acabou por repetir-se em 2017 e 2018, de acordo com o site oficial.
A par disto, este espaço da capital também subiu ao primeiro lugar do pódio da Escolha do Consumidor, tendo sido eleito como a marca predileta daqueles que votaram na categoria de "Espaços de Lazer e Entretenimento em Família - Lisboa", assumindo-se como um dos lugares de preferência dos portugueses e internacionalmente.
4. Casa de alguns milhares de organismos
Os habitats que compõem a oferta expositiva do Oceanário vão das águas temperadas às tropicais, passando pelas frias dos diferentes pontos do globo, com o objetivo de representar a extensa variedade do mundo marinho. E com tantos ecossistemas, é normal que existam muitos organismos diferentes a habitá-los.
Neste caso, são mais de 8 mil os organismos que vivem neste espaço. Por isso, uma visita ao Oceanário é a garantia de que ficará a conhecer mais do que peixes, uma vez que também há anfíbios, mamíferos, invertebrados, aves, plantas e algas de mais de 500 espécies diferentes para descobrir.
Os residentes mais recentes são dois tubarões-zebra, que chegaram em outubro de 2022. Estes dois animais foram cedidos pelo aquário francês de Nausicaa e, com pouco mais de dois quilos, estiveram em quarentena a crescer, com monitorização de uma equipa de aquaristas. Atualmente, com quase 2 anos de idade e mais do dobro do peso e tamanho, juntam-se às cerca de 50 espécies residentes no aquário central, constituindo-se como embaixadores da sua espécie.
5. Adeus, Amália e Eusébio. Olá, Odi e Kasi
Em 1998, as lontras-marinhas foram responsáveis pela atração de multidões até ao Oceanário. Especialmente porque o par que lá habitava tinha nomes bem portugueses: Eusébio e Amália, duas figuras incontornáveis do futebol e da música do País, respetivamente.
Infelizmente, por mais fofos que estes animais sejam, não duram para sempre – até porque a esperança média de vida deste mamífero ronda os 15 anos. Eusébio morreu em 2010 e Amália três anos depois, mas foi uma relação que deu frutos, com o nascimento de Micas e Maré, que também acabaram por morrer em 2021 e 2022.
Porém, antes de os filhos de Eusébio e Amália morrerem, o Oceanário recebeu duas lontras que, atualmente, são as suas substitutas – Odi e Kasi, que nasceram no Alasca, em março e julho de 2017, respetivamente. Os dois machos chegaram a Lisboa em 2018, vindos de um centro de recuperação de animais marinhos que os resgatou e reabilitou, sendo que não poderiam ser devolvidos ao seu habitat natural, avança o site oficial do Oceanário.
6. Alimentar os animais não é pêra doce
Com oito mil organismos a fazerem parte do repertório do Oceanário, é mais do que normal que alimentá-los não seja uma tarefa fácil. Uns comem mais, outros menos, mas o que importa é que todas as semanas é distribuída uma quantidade exorbitante de comida pelos seres vivos que habitam no Parque das Nações.
Se não consegue pensar numa estimativa, nós ajudamos: no total, são 500 quilos de comida que o Oceanário distribui pelos múltiplos animais que lá habitam. As quantidades e a periodicidade da alimentação são definidas pela equipa de especialistas, tendo sempre por base as necessidades que cada espécie pressupõe.
7. Além da comida, há outros gastos
Para conseguir simular a diversidade que existe nos oceanos, é preciso muita água. No total, o Oceanário utiliza 7,5 milhões de litros de água salgada para levar a cabo esta missão – e, todos os dias, realiza mais de 200 análises de controlo, para garantir que está tudo dentro dos eixos.
Para manter a salinidade das águas, são utilizadas cerca de três toneladas de sal semanalmente – e não é um sal qualquer, já que é importado do Mar Vermelho. Só assim se consegue garantir que os 30 aquários deste equipamento cultural reúnem as condições essenciais para a vida marinha subsistir.
8. Pioneiro na reprodução sexuada de corais
O Oceanário é responsável por uma panóplia de projetos. No entanto, há uma em que se assume como pioneiro: a reprodução sexuada de corais em aquário. Em 2022, conseguiu recriar com sucesso o ciclo reprodutivo anual dos corais, resultando na libertação de gâmetas de três espécies de corais tropicais provenientes da Austrália.
Desde 1998 que o Oceanário faz reprodução assexuada de corais, replicando colónias a partir de fragmentos de coral, ou seja, novos corais geneticamente iguais às colónias originais. Em 2021, iniciou o projeto de reprodução sexuada de corais, sendo um dos primeiros três aquários do mundo a fazê-lo, contribuindo para a conservação dos recifes de coral, segundo o site oficial.
9. Ainda sabe quanto é que a entrada custa?
Ainda que os bilhetes sejam grátis durante as celebrações destes 25 anos, nunca é demais relembrar os preços do Oceanário de Lisboa. O bilhete normal para visitantes com idade entre os 13 e os 64 anos tem um custo de 22 euros. As crianças dos 3 aos 12 anos pagam um bocadinho menos, com o valor a fixar-se nos 15 euros, enquanto a entrada para adultos com mais de 65 anos custa mais dois euros que a anterior.