Ossman Idrisse é um dos 20 concorrentes da nova edição do “Big Brother”, que estreou no domingo, 10 de setembro. O muçulmano de 38 anos entrou no reality show para promover a sua empresa de animação de eventos, a OF Produções, e para lutar contra os preconceitos em relação à sua religião.

Faraz Idrisse trabalha com o irmão e, em entrevista à “TV 7 Dias”, contou que a família era pobre quando veio para o nosso País. No entanto, atualmente, os pais têm uma “vida confortável”, devido à empresa dos filhos, que já conta com mais de 300 colaboradores ativos. Os pais do concorrente vieram para Portugal nos anos 80 à procura de uma vida melhor, já que Moçambique não era um país “seguro” naqueles tempos.

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Ossman e Faraz já nasceram em Portugal mas, na família, o dinheiro não era muito. “Os nossos pais incentivavam-nos muito para irmos rezar, então tínhamos que empurrar o carro para irmos à mesquita rezar porque o carro não tinha bateria. Lembro-me de o meu pai dizer que, um dia por rezarmos, vamos ter casa, vamos ter carro, vamos ter essas coisas todas e eu não acreditava naquilo porque nem dinheiro para um iogurte tinha”, contou Faraz, garantindo que, apesar disso, nunca passaram fome.

Contudo, os irmãos tinham noção de que “era tudo muito limitado” e beber uma Coca-Cola de litro e meio “daquelas baratinhas” uma vez por mês “era uma loucura” . “Somos eternamente gratos a eles e pagamos-lhes tudo agora. Nós vivemos cá e pagamos a renda da casa, a comida, não lhes falha nada”, garantiu o irmão do concorrente.

Faraz revelou que, em 2019, foram burlados em milhares de euros. A empresa foi contratada para trabalhar no evento Capital do Natal, em Lisboa, que pretendia concorrer com o Wonderland Lisboa. O evento anunciado como sendo uma “recriação da Lapónia” viu-se envolvido em polémica, devido ao preço elevado dos bilhetes e à falta de condições do evento, levando a que muitas pessoas pedissem um reembolso do valor.

Ossman e Faraz também saíram lesados, já que nunca foram pagos pelos seus serviços. “Não nos pagou mais de 40 mil euros. (...) Até hoje não vimos nem um euro de um trabalho que fizemos durante mais de 45 dias com mais de dez ou 15 animadores a nosso encargo”, revelou Faraz, acrescentando que nunca previram que tal acontecesse, dado que “havia vários investidores envolvidos naquilo” e que as primeiras reuniões “até foram na SIC”. Apesar de terem ido para tribunal, a empresa já tinha “aberto falência”.

Pouco tempo antes deste acontecimento, foram alvos de outra burla. “Vendemos um Audi que tínhamos. Estavam ali umas pessoas à nossa frente que pareciam ser sérias, ficámos tranquilos com a situação. Depois percebemos que, passados dois dias, o dinheiro não tinha ainda entrado na conta”, contou. Quatro dias depois, Faraz recebeu um telefonema de uma pessoa que não conhecia “a dizer que o estava a enganar” e que “estava a tentar vender um carro que já estava vendido”. Contudo, tiveram “sorte”, porque os burlões “tentaram vender o carro num stand”, conseguiram encontrar esse stand e a polícia “confiscou o carro”.

Faraz também contou a primeira vez que Ossman perdeu alguém. Em 1995 um primo “que sofria de trissomia 21” e que morava “no mesmo prédio” de ambos morreu “devido a um incêndio” aos “40 e tal anos”. “Não foi fácil de gerir isso”, afirmou.