Chayene da Silva, uma grávida de 19 anos de Santo António do Descoberto, em Goiás, Brasil, andou de hospital em hospital até lhe dizerem que o bebé que não tinha batimentos cardíacos. Teve de esperar quatro dias até lhe induzirem o parto. A família acusa a unidade médica de negligência, revela o “g1”.

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No final da gravidez, Chayene realizou um exame que indicou que tinha pressão alta e diabetes gestacional e foi aconselhada pela médica do centro de saúde a procurar um hospital no Distrito Federal. Primeiro, a família deslocou-se até ao Hospital Regional de Taguatinga, onde “foi atendida” e mandada para casa, segundo a mãe, Vanuza. Dois dias depois, voltaram ao centro de saúde e a médica voltou a insistir que Chayene procurasse um hospital.

A família foi então ao Hospital Materno Infantil de Brasília, que é um hospital de referência para casos mais complexos como este. A jovem de 19 anos ficou internada durante quatro dias até os níveis da pressão e da diabetes ficarem controlados. Num documento entregue a Cheyene, está escrito que a paciente recebeu “alta com bom controlo” e que foi “orientada para procurar um hospital obstetrício com 37 semanas para programação do parto”.

Depois de passar por duas unidades públicas da capital e ter alta, Cheyene foi então ao Hospital Regional de Samambaia uma semana depois, já com 38 semanas de gestação. O médico que a atendeu verificou que o feto não tinha batimentos cardíacos, contudo acreditava que o aparelho da ecografia estava estragado e, portanto, aconselhou a que a família se deslocasse a uma clínica particular.

A nova ecografia, numa clínica em Ceilândia, confirmou que não era o aparelho que estava estragado, mas sim o bebé que não tinha batimentos cardíacos e estava, portanto, morto. “Eu entrei em desespero”, disse Vanuza. O parto foi induzido na terça-feira, dia 7 de fevereiro, e a família registou a ocorrência na 32ª Delegacia de Polícia, em Samambaia Sul, que vai investigar a existência ou não de negligência médica.