Na tarde desta quarta-feira, 23 de junho, todas as plataformas de comunicação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foram atualizadas para que, nas suas imagens de perfil, figurasse o emblema nacional sobre as cores da bandeira arco-íris que representa a igualdade de direitos da comunidade LGBTI.

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A mudança foi efetuada nas plataformas oficiais de comunicação da FPF, nomeadamente no Facebook, no Twitter e no Instagram e, posteriormente, anunciada pela ILGA Portugal num comunicado oficial. "Histórico. A Federação Portuguesa de Futebol seguiu o apelo da ILGA e reforçou o seu apoio aos direitos LGBTI de pessoas adeptas e praticantes da modalidade, publicando, no perfil das suas plataformas de comunicação, a bandeira arco-íris, contrariando a decisão da UEFA", lê-se no comunicado.

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"[Trata-se] de um passo histórico a nível nacional, que desejamos ser o primeiro de muitos das Seleções, e mais um fundamental no desporto profissional em Portugal, que tanto precisa de mudar para garantir o direito à dignidade, inclusão, segurança e visibilidade das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexo", termina a nota oficial.

A mudança em questão surge depois de a UEFA, o organismo responsável pela organização do Euro2020, ter impedido o Allianz Arena, o estádio em Munique que, esta quarta, vai receber o Alemanha-Hungria, de se iluminar com as cores do arco-íris em apoio à comunidade LGBTI+. Ainda que a UEFA tenha vencido o braço de ferro, a verdade é que, no momento em que o árbitro apitar o arranque do Alemanha-Hungria, vários estádios alemães estarão iluminados com as cores da bandeira da comunidade LGBTI.

No rescaldo da decisão por parte da UEFA, a ILGA Portugal pediu um posicionamento firme por parte da FPF no sentido de se demarcar de "discurso de ódio" que "não é bem-vindo no desporto", segunda cita o jornal "Público", que teve acesso à comunicação feita pela organização.

Na altura do pedido de demarcação, a ILGA apoiou-se nos cânticos homofóbicos dirigidos a Cristiano Ronaldo durante o jogo contra a Hungria, em Budapeste, mas também na notícia de que iria ser aberta uma investigação ao capitão da Alemanha por ter usado uma braçadeira com as cores do arco-íris no jogo frente a Portugal.