Nas próximas horas ou dias poderão ser detidos os três suspeitos identificados pela Polícia Judiciária como os possíveis autores de agressões a quatro agentes que aconteceram na madrugada deste sábado, 19 de março, no exterior da discoteca MOME, em Lisboa. Os suspeitos foram identificados com recurso a imagens de vídeovigilância e de testemunhos de pessoas que assistiram às violentas agressões.

Os suspeitos são militares de elite das Forças Armadas, mais precisamente, do corpo de Fuzileiros e estão ligados à prática de boxe num clube da margem Sul do Tejo, apurou a CNN Portugal.

Os quatro agentes da PSP, que estavam fora de serviço na noite do ataque, intervieram quando começaram a surgir desacatos dentro da discoteca, conforme avança um comunicado da Polícia de Segurança Pública a clarificar o que aconteceu.

Agentes da PSP de folga agredidos ao tentar travar conflito numa discoteca. Um deles está em coma
Agentes da PSP de folga agredidos ao tentar travar conflito numa discoteca. Um deles está em coma
Ver artigo

A PSP relata que os agentes, ao abrigo da obrigação legal, "imediatamente intervieram" perante uma "alteração da ordem pública, com agressões mútuas entre vários cidadãos" à porta da discoteca MOME. "De imediato, um dos grupos, com cerca de dez pessoas, atacou os polícias, agredindo-os violentamente", diz ainda a declaração, citada pelo canal de informação.

É ainda referido que um dos agentes "foi empurrado e caiu ao chão, onde continuou a ser agredido com diversos pontapés, enquanto os restantes polícias continuavam também a defender-se das agressões".

Posteriormente, os agentes foram encaminhados para o hospital de São José, em Lisboa, e um deles ficou em estado de coma. Três dos polícias tiveram alta no sábado à tarde. Segundo a PSP, os suspeitos poderão ser julgados por "crime de homicídio, na forma tentada".

A PSP já disponibilizou acompanhamento psicológico aos polícias envolvidos e aos seus familiares.

A discoteca MOME já veio pronunciar-se sobre o caso e lamenta o que aconteceu. “Vimos lamentar, desde já, o sucedido. Reiteramos que nenhum colaborador da discoteca esteve envolvido na ocorrência e que estamos, naturalmente, a colaborar com as autoridades no sentido de apurar e identificar os responsáveis por uma situação a todos os níveis condenável”, lê-se num comunicado da administração partilhado nas redes sociais.