Desde linhas de comboio a herdades vinícolas, são vários os locais onde Francisca Cortesão e Mariana Ricardo, guitarristas e compositoras, vão atuar enquanto convidadas principais da 4.ª edição do Guitarras ao Alto — o festival português que todos os anos reúne os melhores guitarristas nacionais para um conjunto de concertos inéditos em vários pontos do Alentejo. Esta vai ser a primeira edição no feminino.

A partir desta quarta-feira, 30 de maio, e até 3 de junho, o festival passa por Estremoz, Avis, Beirã-Marvão, Redondo e Crato. Segundo a organização, o evento tem como objetivo distanciar-se do conceito normal e habitual de um concerto de músicos. Como? Escolhendo locais inusitados como palco.

Francisca Cortesão, 34 anos, é natural do Porto e diz não ter dúvidas que o festival se distingue por se tratar de "um conjunto de concertos que, no fundo, são encomendas". Isto pressupõe que tudo o que acontece em palco é preparado com especial atenção e dedicação para oferecer uma experiência única e memorável, sendo que a grande diferença face a outros concertos está no espaço.

"Vamos tocar em dois conventos, numa herdade e até em cima de uma linha do comboio. A única parte em comum com os ditos concertos normais é o facto de existir música a ser tocada." 

30 de maio. Convento das Maltezas, em Estremoz, às 21h30

31 de maio. Claustro do Convento de S. Bento de Avis, em Avis, às 21h30

1 de junho. Antiga Estação de Comboios da Beirã-Marvão, às 21h30

2 de junho. Herdade de São Miguel, em Redondo, a partir das 16h

3 de junho. Pousada Flor da Rosa, no Crato, às 19h

Mariana Ricardo, 34 anos, também natural do Porto, diz que este festival revela como atualmente a forma como se consome e faz música está a mudar. "É um conceito diferente que foge da típica rotina de pagar o bilhete, entrar numa sala e esperar que os músicos comecem a tocar", e refere que não é a primeira vez que toca em sítios que não sejam salas intimistas.

"No ano passado, eu e a Francisca tocámos numa quinta do Douro e foi uma experiência muito fixe porque as pessoas vão com uma disponibilidade diferente e com vontade de ter experiências novas.”

Apesar de seguirem o festival desde o início, ambas contam que só agora surgiu a oportunidade de encabeçarem a 4.ª edição. E tudo começou quando Vasco Durão, organizador do evento, começou por convidar Francisca — que desde logo aceitou. Depois, desafiou-a a convidar uma outra pessoa que a acompanhasse na aventura e a escolhida foi a amiga e colega de muitos anos — que já conhecia das bandas “They’re Heading West” e “Minta & The Brook Trout”.

“Como já me conhecia, a Francisca convidou-me e eu acabei por aceitar, até porque já seguia o festival desde o início, embora nunca tenha estado presente em nenhuma das edições.”

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Quando a MAGG quis saber quais as bandas ou canções das vidas das compositoras, elas riram-se, suspiraram e admitiram derrota. “Não vou conseguir responder a isso”, diz Francisca. Já Mariana tentou pensar, mas admitiu que ao longo dos anos foram várias as bandas que lhe passaram pelos ouvidos e que escolher só uma ia ser muito redutor e difícil.

“Posso-lhe dizer que nos últimos dias não temos ouvido outra coisa a não ser as músicas que estamos a ensaiar e que temos de apresentar nos concertos”, revela Francisca.

É que, além das músicas originais de ambas as artistas, também vão ser interpretadas canções de outros autores — um pouco à semelhança do que aconteceu no showcase de apresentação do evento, a 17 de maio, na Casa Independente, em Lisboa, onde ambas as guitarristas tocaram músicas de John Lennon e Paul McCartney.

A 4.ª edição do festival de música Guitarras ao Alto começa já a 30 de maio no Convento das Maltezas, em Estremoz, e termina na Pousada da Flor da Rosa, no Crato. Os bilhetes já estão à venda através do site oficial e custam 5€ por pessoa — com oferta de um copo de vinho da Herdade de São Miguel.

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