"Senna", série baseada na vida do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, estreou-se na Netflix a 29 de novembro e está a gerar polémica devido ao papel quase insignificante atribuído a Adriane Galisteu.
A apresentadora, atriz e ex-modelo, atualmente com 51 anos, era a namorada de Ayrton Senna à época da morte do piloto. Os dois viveram uma relação de quase dois anos mas, na série criada por Vicente Amorim, Adriane Galisteu (interpretada pela atriz Julia Foti) surge apenas durante escassos três minutos. Apesar de não ter sido oficialmente confirmado, a série baseada na vida de Ayrton Senna esteve anos num impasse porque a família do piloto queria que Adriane Galisteu fosse totalmente excluída da história.
Esta discrepância relativamente à relação que o piloto de Fórmula 1 manteve com Xuxa, que surge retratada de forma muito mais pormenorizada na trama, embora tenha durado dois anos, tem gerado enorme controvérsia no Brasil onde, passados 30 anos, Senna ainda é considerado um ídolo e uma referência nacional, e também manifestações de apoio e carinho para com Adriane Galisteu.
Senna morreu em maio de 1994 aos 34 anos, durante o Grande Prémio de San Marino, em Imola. Após um forte embate, a morte do piloto brasileiro foi declarada já no Hospital Maggiore, em Bolonha. Quando o acidente aconteceu, Adriane Galisteu estava na casa do empresário de Senna em Portugal, no Algarve.
A relação de Adriane Galisteu com a família de Ayrton Senna nunca foi próxima e Vivianne, irmã do piloto, chegou mesmo a afirmar à revista "Paris Match" que a modelo brasileira vivia às custas de Senna, mesmo depois da morte deste. “Se ela precisa de dinheiro, deveria trabalhar, como todo mundo, e parar de explorar a imagem de um morto”, afirmou a irmã de Senna, acrescentando também que a modelo, à época com 19 anos, tinha causado problemas à família. “Não posso evocar os problemas que essa moça causou à nossa família e que determinaram nossa posição. Pois, se o fizesse, exporia certos aspectos da vida privada de Adriane. E eu não tenho esse direito”, disse ainda Vivivanne Senna.
Em 1994, apenas seis meses depois da morte de Senna, Adriane Galisteu lançava o livro "O Caminho das Borboletas", onde relatava os "405 dias ao lado de Ayrton Senna". A obra, que à época vendeu milhares de exemplares, não está disponível para venda, mas é a versão de Galisteu sobre a sua relação com o piloto, baseada em 30 horas de entrevistas concedidas ao jornalista Nirlando Beirão. Uma decisão que só viria a agudizar o distanciamento da família do piloto, que se mantém até aos dias de hoje.
Esta terça-feira, 3 de dezembro, Adriane Galisteu quebrou finalmente o silêncio sobre a polémica em torno de "Senna". "Nós temos a obrigação de perpetuar a história do Ayrton para todas as gerações. Sou a primeira a ouvir, a me emocionar, a levantar todas as bandeiras e a dizer que a história dele tem de ser contada sempre. Eu sei que todos os artistas envolvidos foram escolhidos a dedo para fazer o melhor. Foi tudo lindo e muito caprichado, por isso parabéns", começa por elogiar.
"Mas vocês sabem também que eu nunca escondi que a história do Ayrton é muito maior do que o meu relacionamento com ele. Foi o último ano e meio da vida dele, foi a meu lado e essa história também me pertence. E também foi uma história vivida intensamente, cheia de amor, cheia de diversão, um Ayrton completamente diferente do que vocês já viram. Eu vivi essa história. O que está acontecendo agora é a vida como ela é, como ela sempre foi, pelo menos para mim. A única novidade agora é que talvez eu esteja considerando a possibilidade de contar para vocês esse último ano e meio da minha vida ao lado dele. E eu acho que vocês vão amar. Tenho a certeza absoluta", disse Galisteu.
A 1 de maio deste ano, no dia em que se assinalaram os 30 anos desde a morte de Senna, Adriane Galisteu fez questão de relembrar o piloto de Fórmula 1. "1 de maio de 1994, o dia que todo mundo lembra o que estava fazendo…o dia que o Brasil inteiro sente a mesma dor… o dia que marcou minha vida tão profundamente que nunca, jamais será esquecido… para sempre Ayrton!", escreveu a apresentadora e ex-modelo.
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Atualmente, Adriane Galisteu apresenta o reality show da Record TV "A Fazenda", função que desempenha desde 2021. É um fenómeno nas redes sociais, tendo 5,9 milhões de seguidores no Instagram, onde partilha momentos de trabalho, campanhas de publicidade e moda e a vida em família. É casada desde 2010 com Alexandre Iódice, empresário de 53 anos, com quem tem um filho, Vittorio, de 14 anos. O par conheceu-se quando Galisteu tinha apenas 18 anos e fez uma campanha para a Iódice, conhecida marca de roupa brasileira da qual, à época, o pai de Alexandre era proprietário. Apesar de se terem cruzado socialmente ao longo dos anos, foi só em 2008 que deram o passo seguinte na relação.
