Com a implementação do primeiro estado de emergência devido ao surto da COVID-19 em Portugal, o consumo de conteúdo mudou e o público português passou, sobretudo, a ver mais séries e filmes em serviços de streaming. Isto fez com que a adesão ao streaming crescesse em cerca de 51% segundo os dados divulgados pelo portal Statista e usados no estudo "Pandemia e Consumos Mediáticos", levado a cabo pelo Observatório da Comunicação (OberCom) em parceria com a Intercampus. Na mesma investigação, a categoria referente ao consumo de televisão em canais lineares surge em terceiro lugar com 45% dos inquiridos a favorecer essa modalidade.

Uma adesão a este tipo de conteúdo implicou um aumento do número bruto das subscrições, mas foram as plataformas digitais a serem as mais privilegiadas. Os dados mostram que se os inquiridos tivessem oportunidade de usufruir de uma subscrição gratuita, "mais de ¼ dos portugueses optaria por um serviço de streaming pago como a Netflix ou HBO". Só depois disso é que surge a preferência por canais por cabo (como os TVCine, por exemplo) ou a subscrição a jornais para ler notícias em formato digital.

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Este aumento de adesão tem influência direta das camadas mais jovens, já que são eles que mais preferem as plataformas de streaming por oposição à televisão linear. Entre os 16 e os 23 anos, a adesão a esta modalidade de consumo fixou-se nos 55.6% enquanto a adesão daqueles com idades compreendidas entre 23 e 37 anos foi de 51.1%

Nos inquiridos com mais de 37 anos, a investigação mostra que o consumo de conteúdo audiovisual via streaming também aumentou embora não de forma significativa. O mesmo é válido para as pessoas com mais de 57 anos, cujos hábitos de consumo mudaram pouco, embora os inquiridos pertencentes a esta faixa etária tenham admitido ter consumido mais vídeos em serviços como a Netflix ou a HBO.

Estima-se que sejam essas as duas principais plataformas de streaming com mais adesões em Portugal. Os dados divulgados pelo Barómetro de Telecomunicações da Marktest, cedidos ao jornal "Público", dão conta disso mesmo: entre fevereiro e abril, houve, no total, cerca de 800 novos mil subscritores que privilegiaram, sobretudo, a Netflix e a HBO.