Primeiro estranha-se, depois entranha-se, e os auscultadores sem fios são uma das muitas provas disso. O formato true wireless, que diz respeito à inexistência de um cabo entre os fones, foi popularizado em 2016. Praticamente uma década depois, há cada vez mais utilizadores convertidos. E levou-nos precisamente esse tempo para nos juntarmos a essa comunidade.
A praticidade pesava bastante no nosso desejo de testarmos um destes modelos modernos. Então, quando nos chegou a oportunidade de passarmos a conhecer o novo lançamento da Xiaomi, juntámos o útil ao agradável. Acima de tudo, queríamos perceber: vale a pena fazer o upgrade? A experiência é assim tão diferente daquela a que estávamos habituados?
Os Xiaomi Open Wear Stereo Pro são a mais recente aposta da multinacional chinesa. Disponíveis em duas cores (preto e dourado), surgem com uma textura metálica elegante e um design sofisticado. Ganham pontos extra por serem compactos e leves, o que faz com que caibam em qualquer mala ou até nos bolsos.
Um dos maiores receios que tínhamos quanto a fazer esta troca era a da bateria. Imaginávamos o cenário quase dantesco de o equipamento descarregar enquanto estávamos num meio de transporte público. Aí, ocorria-nos "para quê correr esse risco se, com auriculares normais, jamais acontecerá?".
Mas a verdade é que, com a extinção progressiva dos fios, fomos contagiados pela necessidade de tirarmos uma conclusão por nós próprios, pois há riscos que valem a pena correr, e este podia ser um deles. De acordo com as informações técnicas divulgadas pela marca, estão em causa 8,5 horas de autonomia com uma só carga.
Com a caixa de carregamento, essa autonomia sobe para 45 horas. Apesar de não cronometrarmos o tempo em que testámos os Xiaomi Open Wear Stereo Pro de modo a confirmar se realmente aguentam essas horas todas sem precisarem de carga, ficou claro que realmente dura bastante. Apenas precisámos de utilizar a porta de carregamento USB Tipo-C uma vez.
A duração da bateria é um dos pontos fortes, a nosso ver, assim como o cancelamento de ruído, uma ferramenta cada vez mais vulgarizada. Ainda assim, também este era um mundo novo para nós. "Como é possível uns fones impedirem o ruído exterior de chegar aos nossos ouvidos a menos que o volume esteja ridiculamente alto?", questionávamos.
Este modelo serve-se de um sistema que reduz a fuga de som de forma inteligente — o som surround 360º —, que, com rastreamento de movimentos, assegura uma experiência imersiva e garante total privacidade, seja para música ou chamadas. Em termos práticos, quer dizer que conseguimos ficar fechados no nosso mundo, sem interferência do exterior.
Aquilo a que demorámos mais a adaptar-nos foi, sem dúvida, ao formato. Fazendo lembrar um aparelho auditivo, encaixam na parte superior da orelha, em vez de ficarem pendurados. Por estarem inclinados para fora, estes auriculares não ficam tão enfiados nos ouvidos como de costume. Como entram menos, dá aquela sensação de poderem cair a qualquer momento.
Por mais que "abanássemos o capacete", efetivamente não caíam. Podiam desencaixar-se, mas não o suficiente para irem parar ao chão. Este formato faz com que o som chegue de uma forma diferente e talvez por isso não sintamos a necessidade de ter o volume alto, especialmente enquanto ouvimos música. As chamadas, por outro lado, pediam um aumento.
Este formato diferente faz com que não cansem tanto os ouvidos, ainda que a colocação não seja tão automática. Por outro lado, a conexão aos dispositivos, via Bluetooth, é super rápida. Experimentámos o tom dourado, quase um champanhe, que lhes concede uma estética bastante apelativa e cuidada, principalmente nas partes metalizadas (incluindo o estojo magnético que os transporta).
Os novos fones de Bluetooth da Xiaomi estão à venda por 149,99€. Embora não sejam a alternativa mais barata do mercado, a sua qualidade é inegável. Esta é uma boa altura para os colocar na lista de presentes para o Pai Natal. Se se portar bem, pode ser que apareçam no sapatinho.