O que têm em comum Manuel Luís Goucha e Vasco Palmeirim? A partir de novembro, vão estar seis dias por semana no pequeno ecrã. Primeiro começa o apresentador da RTP1 que, a partir do próximo sábado, 14 de setembro, estreia-se em "The Floor", além de estar, de segunda-feira a sexta-feira, nas noites do primeiro canal, com o concurso "Joker".
O novo mega-concurso da estação pública de televisão reúne 100 concorrentes num estúdio gigantesco e, ao longo de 10 semanas, irá selecionar o grande vencedor desta maratona de conhecimento geral. O apresentador de 45 anos conta, em entrevista à MAGG, como correram as primeiras gravações e revela quais os seus concursos favoritos da história da TV.
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Quanto lhe apresentaram o formato, qual foi a sua reação? E o que o motivou a aceitar apresentar este concurso?
Gostei imediatamente do formato, pela dimensão que nos trazem os 100 concorrentes no plateau, pela tecnologia envolvida e pela liberdade de cada concorrente escolher categorias que não são habituais neste tipo de formato, isto é, o sucesso de um concorrente não depende apenas da dificuldade da sua categoria, mas também de estratégia e, claro, alguma sorte. A localização de um concorrente no "The Floor" pode ser importantíssima no seu trajeto no programa.
"The Floor", pela sua dimensão (número de concorrentes, estúdio, dinâmica) eleva o género game show a outro patamar. Quais são os principais desafios, enquanto apresentador, que enfrentou durante as primeiras gravações?
Creio que o maior desafio é conhecer todos os concorrentes. Temos a sorte de ter concorrentes de todos os quadrantes da sociedade, de todas as idades e backgrounds, e tem sido um prazer conhecer este grupo cheio de histórias, de sentido de humor e que está ali de espírito aberto a viver uma experiência diferente e nunca antes vista. Num sentido mais prático, sem dúvida que o maior desafio tem sido toda a estrutura técnica que o "The Floor" requer. São centenas de profissionais a trabalhar horas a fio para fazer acontecer um dos projetos mais tecnologicamente avançados que já tive a oportunidade de fazer parte.
O que acha que vai cativar os telespectadores neste novo formato?
Sem dúvida que é a escala deste concurso, juntamente com as categorias de cada concorrente. Tenho a certeza que toda a família vai jogar muito connosco a partir de casa porque os duelos entre concorrentes são batalhas de identificação de imagens ou sons. Eu próprio, enquanto apresentador, tive de lutar contra a minha vontade de gritar respostas em estúdio. E, claro, também vai acontecer a identificação do espectador com os meus concorrentes. Quem vai ver, semana após semana, vai começar a identificar-se com “este” ou “aquele”. Perfeitamente natural.
"Tento sempre fazer projetos onde eu veja imediatamente que há qualidade intrínseca"
Tendo em conta que já apresentou e apresenta atualmente formatos que implicam ter alguma bagagem de conhecimento ("Sabe ou Não Sabe", "Joker", "Porquinho Mealheiro"), já lhe aconteceu ficar exasperado por um concorrente não saber uma resposta demasiado óbvia? Como é que controla esse nervoso miudinho?
Claro que sim, sobretudo porque torço muito para que os concorrente ganhem prémios. Contudo, e nunca é demais dizer, a pressão de estar ali, em frente a Portugal inteiro, não é a mesma coisa que estar a responder a partir do nosso sofá. Acima de tudo estes são jogos de nervos. E saber lidar com esse lado é o primeiro passo para o sucesso num formato destes.
Recorde o percurso televisivo de Vasco Palmeirim
Consolidar um formato na televisão generalista, manter um público fiel, é cada vez mais difícil e, com a dispersão de audiências, parece estar cada vez mais reservado a formatos como novelas e reality shows. Tem conseguido estar à frente e coapresentar formatos que têm não só cativado as audiências como sido renovados. Formatos como "Joker" e "Taskmaster" são a exceção que confirma a regra? Ou seja: ainda há espaço e público para programas que, não sendo nem novelas nem reality shows, não só têm qualidade como fidelizam?
Claro que há e esses são bons exemplos disso. Os conteúdos leves e educativos terão sempre espaço para acontecer precisamente por serem propostas ricas, que potenciam momentos familiares felizes, de convivência e “disputa” saudável. A pergunta tem uma palavra muito importante para mim: “qualidade”. Tento sempre fazer projetos onde eu veja imediatamente que há qualidade intrínseca e onde eu pense que o meu trabalho pode ajudar a elevar essa qualidade. Eu tento!
Sendo um game show host, quais são os seus favoritos de sempre? Podem ser portugueses e estrangeiros.
Ui. Vamos lá recordar. Na minha lista de favoritos tenho de colocar o "Palavra Puxa Palavra" com o António Sala (e lembro-me de me virar de costas para a TV para tentar jogar como os concorrentes que estavam em estúdio), a "Roda da Sorte" com o Herman, o "Quem Quer Ser Milionário" e o "Quebra-Cabeças" com a Cristina Möhler (aliás, programa onde me estreei na RTP1).
Quanto a formatos estrangeiros, destaco o "Family Feud" com o grande Steve Harvey e o "The Floor". Não é porque o vou apresentar. É mesmo porque o formato é espetacular. Espero que os portugueses gostem.