Comparada com a última gala do "Big Brother — Duplo Impacto", com muita emoção à mistura, podemos afirmar que a emissão deste domingo foi a meio gás. Ainda houve tempo para uma expulsão algo surpreendente — talvez mais pelo desequilíbrio nas votações do que propriamente pelo concorrente expulso —, uma curva da vida com muitas lágrimas à mistura e posicionamentos dos concorrentes que já ninguém aguenta.

Mas vamos por partes. Gonçalo Quinaz, Noélia, Pedro e Sónia estavam em perigo de abandonar a casa da Ericeira e, numa votação pela positiva, o público começou por salvar a concorrente algarvia (que somou o maior número de votos) e o antigo jogador de futebol. Quinaz e Noélia respiraram de alívio, Pedro e Sónia nem por isso. Depois de reabertas as votações, a participante do Porto acabaria mesmo por levar a melhor, reunindo 75% dos votos, e ditando a expulsão do ilusionista, com apenas 25%, números que deixaram os apresentadores bastante surpreendidos.

Pedro é o concorrente expulso do "Big Brother"
Pedro é o concorrente expulso do "Big Brother"
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Depois de Sandrina ser eleita líder num jogo suspeito, no mínimo, Cláudio, Joana, Sónia e Bruno ficaram nomeados, com Savate a ser salvo pelo público numa votação express. Sofia foi a escolhida pela líder para ocupar o lugar do concorrente poupado pelo público, e ficou assim em risco de expulsão no próximo domingo.

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Pedro foi expulso com apenas 25% dos votos, contra os 75% de Sónia. créditos: TVI / Instagram

Das pedras de Sofia à visita de Cláudio Ramos, sem esquecer a negação de Pedro, relembre os momentos marcantes da última gala do "Big Brother — Duplo Impacto".

"Dinheiro? Mais prémios? Não estou impressionada"

Em 1998, Shania Twain (sim, estamos a fazer uma referência a Shania Twain, é lidar) cantava o hit "That Don't Impress me Much", o que em português, numa tradução bastante livre, quer dizer algo como "isso não é lá grande coisa". No tema de sucesso, a cantora chegava a dizer "ok, és o Brad Pitt", e isso continuava sem a impressionar. Uma reação com bastantes semelhanças ao semblante dos concorrentes da casa quando descobriram que a produção tinha aberto os cordões à bolsa.

Com toda a pompa e circunstância, Cláudio Ramos deslocou-se de propósito à Ericeira para dar a boa notícia aos concorrentes. Começou por dizer que o programa estava a correr tão bem (está? é que desde o "BB2020" que isto só tem descambado, mas são opiniões) que iria ser estendido por mais semanas, e que estava para durar. Ora bem, estas pessoas ganham à semana para lá estar, certo? Diria eu que seria um bom motivo para já ficarem bastante alegres, mas os semblantes continuaram quase na mesma.

Cláudio avança com toda a pujança para a grande notícia, e anuncia que o prémio final passa a ser de 20 mil euros. Esperava confetis, recebeu grilos. Só depois de Teresa puxar pelos participantes é que estes demonstraram algum tipo de emoção, até porque era isso ou meter os risos gravados das sitcoms dos anos 80. O apresentador ainda garantiu que também os concorrentes a ficarem em segundo e terceiro lugar levavam um prémio monetário para casa, mas as caras de felicidade foram mais forçadas que a de Obama a entregar a Casa Branca a Trump.

Pedro. Aceita que dói menos. Principalmente a nós

Vou começar por fazer um aviso à navegação: nunca fui fã do Pedro, sempre me mexeu com os nervos, e o facto de ele ter chegado ao trio finalista da última edição do reality show é apenas significativo do quanto o programa correu mal. Bem sei que ninguém gosta de ver uma casa unir-se contra um concorrente, e foi isso que provavelmente o fez chegar tão longe na "Revolução", mas não o aguento nem com todo o chocolate do mundo. E aquelas gargalhas automáticas de cada vez que fala ou mesmo quando assiste a imagens menos boas da sua prestação faz-me pensar que está a um centímetro de espetar uma faca em alguém ao estilo de "Psycho".

Mas se na edição anterior a coisa tinha funcionado, no "Duplo Impacto", um jogo com características bem diferentes, o público não recebeu a prestação de Pedro da mesma forma, muito assente na ideia de ser o incompreendido de serviço. Até Ana Garcia Martins, que defendeu o concorrente várias vezes na casa anterior, salientou isso mesmo na noite passada, deixando claro que a mesma estratégia não funcionou.

ana garcia martins
Ana Garcia Martins salientou que a postura de Pedro não convenceu nesta edição. créditos: Instagram

O ilusionista acabou mesmo por ser expulso, mas mantendo-se fiel à sua intensidade cansativa, desobedeceu às ordens do Big Brother, voltou a entrar na casa, e numa clara demonstração de negação total, tirou a roupa, mergulhou na piscina, começou a fazer movimentos estranhos com os braços — ainda não percebi se queria chamar os colegas para a água ou se continuava a dançar o Waka Waka — e só após muitos pedidos, tanto do Big Brother como de alguns participantes, é que voltou para a Sala do Impacto e abandonou a casa. Ninguém precisava de ver isso, Pedro, principalmente os teus boxers azuis. Nas palavras imortais de Bruno Nogueira, swipe de c... Espera, ainda é cedo para a linguagem excessiva. Mas apanharam a ideia, certo?

São só pedras, senhores

O filme do "BB Play" desta semana revelava o mistério das pedras. Basicamente, durante a semana, alguém tinha destruído uma "instalação" de pedras com o nome da filha de Sofia, substituindo a mesma pela mensagem "Pedro <3 Savate" — ou algo do género— e precisavam de apanhar um culpado. Lá foi revelado que foi o ilusionista a mexer nas pedras, depois de a partida ser combinada com Bruno, e com Joana a estar a par de tudo.

Sofia sentiu-se traída, Joana disse não ter nada que ver com aquilo, Pedro disse que só foi mexer porque lhe faltavam pedras, Bruno garantiu não saber que a palavra escrita no chão era o nome da filha da colega, e Bernardina ficou tão sentida, "como mãe", que resolveu nomear Joana porque esta não disse a verdade. Já perderam o fôlego? Pois, eu também, que passei 20 minutos da minha vida a assistir a uma discussão ao nível do jardim-escola da minha filha sobre pedras. E nem sequer das boas, que se botam numa sopa e temos todo um petisco.

Vamos falar sobre este jogo do líder?

Há alguns anos, assisti a um momento hilariante numas férias, quando durante um jogo de tabuleiro, uma amiga minha tentou livrar-se de uma carta ao tirá-la da mesa e tapando-a com o pé, na jogada de batotice mais cómica e descarada a que já assisti na minha vida. E, meus amigos, deixem-me que vos diga uma coisa: foi pouco comparado com o que se passou no jogo do líder deste domingo.

A mecânica era simples: o telefone tocava na Sala do Impacto e o primeiro a atender ficava imediatamente líder. Mas para manter o privilégio, teria de responder acertadamente a uma pergunta do Big Brother, cuja resposta teria de coincidir com a escolha dos colegas na sala. Parece confuso, mas vamos a exemplos. Sónia foi a primeira a agarrar o telefone e questionada sobre quem, na opinião da Joana, era o concorrente mais fútil da casa. Depois de a concorrente responder, o Big Brother faria a mesma pergunta a Joana, e consoante a resposta, Sónia continuaria ou não como líder.

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Bernardina foi a "chave" da liderança de Sandrina. créditos: TVI / Instagram

Ora bem, na primeira tentativa, ninguém percebeu muito bem o que se passava. A partir daí, e presumindo que o colega ao telefone tentava fazer a melhor aposta, era muito fácil para os concorrentes da sala mentirem e eliminarem, com alguma confiança, quem estava na Sala do Impacto.

E foi justamente isso que aconteceu: depois de duas respostas certas da parte de Cláudio, e apenas com Sandrina em jogo, a pergunta feita colocava a opinião de Bernardina em questão. À pergunta de quem era o mais oportunista da casa na opinião de Bibi, Cláudio respondeu Savate. Para espanto de muitos, incluindo de Sandrina, Bernardina escolheu a cabeleireira de Moura, ao mesmo tempo que lhe acenava para ficar calada. Sandrina foi eleita líder, com Bibi a abraçá-la, completamente confiançuda na batotice atroz que tinha acabado de fazer.  E é isto, meus amigos, à cara podre, sem problema nenhum. Para a semana, cá estamos.