Débora Neves foi a protagonista da Curva da Vida no gala de domingo, 3 de outubro. A concorrente de Cascais falou da relação difícil que tem com a família, mas garante que não guarda rancor.
Os pais separaram-se poucos meses depois de Débora nascer. Da infância, recorda momentos com a mãe nos sítios onde esta comprava e consumia substâncias para alimentar a toxicodependência. Como a progenitora, sozinha, não tinha condições para a criar, foi ficando com a "incansável" avó, que desempenhou o papel de mãe e pai e, atualmente, sofre de Alzheimer.
A concorrente de 37 anos falou sobre o primeiro contacto com o pai que, por sua opção, ocorreu no início de 2021. Considerando que "pai é quem cria", acredita que a instabilidade e dificuldades da vida impediram o progenitor de desempenhar a sua função. "É uma pessoa muito frágil, com poucas posses, também está um bocadinho sozinha na vida".
No confessionário, confessou aos apresentadores uma necessidade de "arrumar gavetas" e contou um grande receio: "Pensava que poderia estar num sítio e o meu pai estar no mesmo sítio e eu não o reconhecia".
Manuel Luís Goucha tocou num ponto sensível: no questionário preenchido antes de entrar no reality show, a concorrente revelou que seria capaz de substituir toda a sua família e manter apenas o irmão, Mateus. "Foi sempre tão duro que às vezes eu penso que merecia mais, merecia viver numa família mais estável, mais equilibrada".
Débora Neves define-se como "guerreira" porque, apesar de ter lutado sozinha, foi alcançando os seus objetivos. "Honestamente eu nem sei onde é que vou buscar as minhas forças. Elas existem e são muitas e eu nunca desisti. Nunca desisti de mim, nunca desisti dos meus sonhos, de ir à luta, de ter trabalho, de arranjar trabalho para conseguir as minhas coisas", contou.
Débora teve três relações, duas acabaram em traição
Aos 17 teve o primeiro amor, que terminou por uma "parvoíce" sua. Anos mais tarde, em 2010, vivia com outro namorado quando foi traída. "Senti-me um lixo. Foi começar tudo outra vez, começar tudo do zero", desabafou, na Curva na Vida.
Resolveu arregaçar as mangas e abriu um hotel em Miami, nos Estados Unidos da América. Regressou a Portugal em 2016, ano em que conheceu a pessoa que mais a marcou e com quem esteve perto de casar.
"Vivi para esta relação", disse Débora. Engravidou, mas foi traída pela segunda vez e escolheu abortar. "Caiu-me o mundo em cima".
Apesar de, na altura, não se sentir feliz, ainda pensa no que seria a sua vida se tivesse avançado com a gravidez. No confessionário, durante a gala, explicou que a relação não estava bem, mas o aborto foi decisão sua e o ex-namorado quis assumir a paternidade. "Tenho a certeza que ele não me iria falhar como pai, mas não seria aquela família que eu sempre desejei".
Ressalvando que não pretendiam julgar a decisão, os apresentadores questionaram a concorrente sobre a possibilidade de ter sido mãe solteira e se receou repetir o padrão da sua vida. "Eu sei que é difícil e, ainda por cima, sem suporte familiar, mais difícil é", referiu.
Decidida a começar um novo capítulo, a entrada no "Big Brother" é "a prova de que temos sempre que lutar por aquilo que acreditamos, que nada é impossível, está tudo ao nosso alcance".
Para A Pipoca Mais Doce a história de Débora permitiu compreender a necessidade de Débora por atenção: "Tem muito a ver com a forma com ela cresceu e o amor que não teve por parte dos pais".
Depois de apresentar a Curva da Vida, a cascalense foi recebida pelos colegas com um aplauso e Ana Morina foi a primeira a abraçá-la, congratulando-a pela coragem.