Está a chegar à Netflix mais uma série espanhola que promete ser um dos grandes sucessos do ano de toda a plataforma de streaming. "El Refugio Atómico", que nasce pelas mãos de Álex Pina e Esther Martínez Lobato, os mesmos criadores de fenómenos mundiais como "La Casa de Papel" e "White Lines", chega com uma narrativa complexa e cativante onde o mundo parece diminuir até ao tamanho de uma ervilha, e a expectativa já é enorme - não fosse a dupla de criadores conhecida pelos seus enredos envolventes, personagens intensas e muito suspense.

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Aqui, o espectador vai ficar a conhecer o Kimera Underground Park já na sexta-feira, 19 de setembro, um luxuoso refúgio subterrâneo construído para acolher alguns dos multimilionários mais poderosos do planeta, uma vez que o mundo está em plena iminência de uma Terceira Guerra Mundial.

Mais do que um simples bunker, este espaço oferece tudo o que o privilégio pode comprar: uma spa, restaurante gourmet, clínica médica, ginásio e até jardins zen. No entanto, debaixo de tanto luxo, escondem-se tensões, segredos e rivalidades que colocam em causa a convivência dentro das paredes reforçadas - e bem reforçadas - do abrigo.

E a MAGG sabe que são bem reforçadas pois teve a oportunidade de, antes da estreia oficial, entrar no universo de "El Refugio Atómico" através de uma visita ao espaço da Netflix que serviu de inspiração para o bunker subterrâneo da série. Entrar naquele ambiente foi como atravessar uma fronteira invisível para um “mundo paralelo”, uma vez que não era um bunker verdadeiro e sim um grande edifício remodelado, mas o facto de parecer que estávamos longe da superfície, rodeados de corredores metálicos e a atravessar um silêncio pesado, mudou toda a experiência. A acompanhar a visita esteve o diretor de arte, que explicou todo o projeto (que terá demorado oito meses a ser construído).

"Sabendo o contexto de onde fica o o Kimera Underground Park, o objetivo foi tentar transmitir a nível visual sensações de calma e conforto a todos os nossos hóspedes e clientes deste refúgio. Isto para mim foi um jogo criativo, e o jardim, por exemplo, apesar de ser interior, o seu objetivo é transmitir calma e que nos ajude a relaxar, gerando uma atmosfera de bom ambiente", começou por dizer. O mesmo se aplica ao resto do bunker, que apenas quer tentar deixar os seus hóspedes o mais tranquilos possível sobre o que se está a passar no mundo real.

A decoração foi toda pensada para relembrar os anos 50, mas de uma forma futurista, com detalhes impressionantes e um estilo que mistura passado e modernidade. Como explicou a equipa criativa, trata-se de uma "retro atualidade, fortemente influenciada pela época dourada do interiorismo". "Quisemos refletir não só a estética da década de 50 mas também o seu contexto histórico. Foi uma fase marcada pela emigração europeia para os EUA após a Segunda Guerra Mundial, e essa inspiração guiou tanto o desenho visual como a direção de fotografia".

Assim, o que acaba por impressionar mais é o contraste: de um lado, a sensação claustrofóbica de estar debaixo de toneladas de estrutura, mas do outro, a surpresa de encontrar áreas luxuosas, pensadas para o conforto e para o excesso - verdadeiros pequenos oásis. Spa, áreas de lazer, ginásio e espaços comuns cuidadosamente decorados deixam claro que este não é um abrigo qualquer, mas sim uma espécie de palácio projetado para os privilegiados durante a guerra. Mas não foi só o luxo do espaço que marcou a experiência: as cores desempenham aqui um papel fulcral, funcionando quase como uma personagem adicional dentro da narrativa.

Como explicou o diretor de arte, trata-se de um verdadeiro "jogo cromático", onde cada tom é escolhido para provocar sensações distintas. "As cores transmitem e geram emoções. O que numa sala vemos em laranja, noutra aparece em azul, e essa simples mudança transforma completamente a perceção do espaço. Uma dá-nos sensação de maior amplitude, a outra de maior profundidade. Esse trabalho cromático está presente em todos os detalhes, desde os têxteis até ao mobiliário, reforçando a geometria circular e criando um ambiente único. São precisamente esses pequenos detalhes que fazem a diferença no cinema e nas séries".

Desta forma, ao percorrer o espaço da nova série, não era difícil imaginar as histórias de tensão e intriga que a série promete contar. Cada corredor estreito parecia esconder segredos, e cada quarto futurista convidava a pensar no que poderá vir a acontecer entre as diferentes personagens (interpretadas por nomes como Najwa Nimri, Álvaro Morte, Itziar Ituño) quando se encontrarem num sítio bastante fechado. "El Refugio Atómico" torna-se, assim com toda esta preparação, elenco e cuidado, uma das séries mais esperadas do ano da Netflix, e, só pelo que vimos, merece o título.