Três anos depois da estreia da primeira temporada, "Squid Game" regressou à Netflix esta quinta-feira, 26 de dezembro. A segunda temporada da série criada por Hwang Dong-hyuk traz novos jogos, muito mais sangue e violência.
Seong Gi-hun, interpretado por Lee Jung-jae, regressa como o único sobrevivente dos 456 jogadores e sedento por vingança. Desta vez, os participantes têm de escolher uma equipa, azul ou vermelha, na qual vão lutar pelo prémio final milionário.
Para além de Seong Gi-hun, também regressaram nesta nova temporada o operador do jogo ao qual se referem como Front Man, interpretado por Lee Byung-hun, Jun-ho, interpretado por Wi Ha-joon, que é o detetive que descobriu, na primeira temporada, que o irmão desaparecido que procurava é o Front Man e o Recrutador, interpretado por Gong Yoo, o homem que procura potenciais jogadores.
A segunda temporada começa dois anos depois de Seong Gi-hun ter ganhado o jogo. Dois anos esses que o protagonista usou a tentar descobrir onde estava o Recrutador. Esta nova leva de episódios começa com um ritmo mais lento, começando os jogos mortíferos apenas no terceiro de sete episódios. Mas é depois do primeiro jogo que os desafios começam culminando naquele que está a ser considerado como o melhor episódio de sempre de “Squid Game”.
De acordo com a revista “Empire”, o episódio quatro é “o melhor episódio de 'Squid Game' alguma vez feito” e conta com “náuseas intensas, humor negro, é caricaturalmente ridículo e totalmente devastador”. Neste episódio, algumas alianças dão lugar a traições, há muita ação e poucos diálogos.
O próprio jogo mudou e as razões para muitos dos jogadores ali estarem também. Os jogadores são, de forma geral, mais jovens e, muitos deles, contraíram dívidas por causa de investimentos em criptomoedas, carreiras de influenciadores falhadas ou despesas médicas. No fundo, a segunda temporada é toda ela uma sátira ao sistema económico que faz com que as pessoas se tornem mais desesperadas e mais cedo.
Já a BBC avança que esta nova temporada de “Squid Game” não traz soluções para o “mundo fictício sombrio e sádico” que apresenta, nem para o mundo real que reflete, traz apenas um lembrete de que “a casa ganha sempre à custa dos jogadores”. “Os jogos são surreais e perversos, os assassinatos tão prolíficos e os tiroteios abundantes”, pode ler-se na crítica.
O próprio ator principal Lee Jung-jae, também merece destaque por parte da BBC pelo rosto expressivo que “transmite os horrores do que está a testemunhar”.
No entanto, nem todas as críticas são positivas. “Embora este novo grupo de jogadores seja divertido, é dececionante que na segunda temporada passem mais tempo nos dormitórios a discutir se devem continuar com os jogos do que a jogar os próprios jogos. No início, Gi-hun recorda aos concorrentes a cláusula três do formulário de consentimento — “Os jogos podem ser terminados por uma votação da maioria” — o que leva a demasiadas cenas dedicadas a este debate constante”, revelou o site de notícias “Entertainment Weekly”.
Apesar de existirem críticas que entendem que este passo mais lento seja necessário para contrabalançar as cenas violentas e outras que referem que a lentidão é desnecessária, há uma coisa sobre a qual a crítica concorda em pleno: os jogos estão mais violentos. De acordo o “Entertainment Weekly”, “cada jogo gera uma tensão agoniante, que nos faz gritar para o ecrã. E o locutor dos jogos, com um tom de voz arrepiante, dá as instruções mais assustadoras até agora”.
Nesta segunda temporada o Front Man deixa um aviso, que serve também como crítica social: “Os jogos não vão acabar, a menos que o mundo mude”.
A temporada termina com um final em aberto e um pequeno vislumbre de uma cena da terceira temporada a meio dos créditos, que está prevista para 2025.