Este sábado, 9 de novembro de 2024, celebram-se os 35 anos da queda do Muro de Berlim, um dos acontecimentos mais significativos do século XX. Este marco histórico não apenas simbolizou o fim de décadas de divisão entre a Alemanha Oriental e Ocidental, mas também acendeu uma nova era de esperança, liberdade e reunificação na Europa.
Construído em 1961, o Muro de Berlim era mais do que uma barreira física; representava a divisão ideológica entre o bloco comunista liderado pela União Soviética e o Ocidente democrático. Durante 28 anos, separou famílias, amigos e uma nação inteira, tornando-se um símbolo sombrio da Guerra Fria.
Nos anos 1980, movimentos de reforma e uma crescente insatisfação popular começaram a manifestar-se em toda a região. Em 1989, a onda de mudanças varreu a Europa Oriental. Na Alemanha de leste, massivos protestos pacíficos e a crescente pressão pela liberdade de movimento culminaram na abertura das fronteiras. Na noite de 9 de novembro de 1989, foi anunciado que os cidadãos poderiam atravessar livremente as fronteiras. Multidões eufóricas de berlinenses dos dois lados reuniram-se e, juntos, começaram a derrubar o muro que os havia separado por tanto tempo.
Aqui ficam 10 curiosidades que provavelmente não sabia sobre o muro de Berlim.
1. Saltou o muro aos 82 anos
A pessoa mais velha de que há registo a atravessar o Muro de Berlim foi uma mulher chamada Fanny W. Tinha 82 anos quando, em 1989, atravessou o muro em busca de liberdade. A sua história destaca-se não apenas pela idade, mas também pela coragem de fugir de um regime opressivo em busca de uma vida melhor. O ato dela simboliza que a luta pela liberdade e a busca por uma vida digna não possuem idade.
2. Divisão foi feita em 24 horas, mas o muro em vários anos
A construção inicial do Muro de Berlim começou na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, e levou apenas um dia para que o arame farpado e as primeiras barreiras fossem colocados, efetivamente dividindo a cidade. No entanto, a transformação do muro em uma estrutura mais sólida e complexa aconteceu gradualmente ao longo dos anos seguintes. A versão mais fortificada, conhecida como "muro de terceira geração", foi concluída em 1975.
3. Cães de vigia
Poucas pessoas sabem, mas o muro era vigiado não só por guardas humanos, mas também por cães treinados que patrulhavam a zona em áreas cercadas. Eram eles quase sempre os primeiros a dar o alerta quando havia uma tentativa de fuga.
4. Mais de 100 mortos a atravessar
Estima-se que mais de 100 pessoas morreram tentando atravessar o muro, embora o número exato ainda seja debatido. A primeira vítima oficial foi Ida Siekmann, em 1961, e as circunstâncias das mortes variavam muito.
5. Túneis usados para passar o muro
Muitos túneis foram escavados sob o muro ao longo dos anos, permitindo que dezenas de pessoas escapassem para o Oeste. Um dos túneis mais famosos foi o chamado "Tunnel 57", através do qual 57 pessoas fugiram em 1964.
6. Um muro com mais de 150 KM
Embora o segmento mais conhecido do muro estivesse em Berlim, a barreira estendia-se por aproximadamente 155 quilómetros, cercando completamente a cidade de Berlim Ocidental.
7. Impedir a fuga de cérebros
Uma das principais razões para a construção do muro teve que ver com o facto de esta ser a única brecha existente na cortina de ferro que separava a Europa soviética, comunista, da Europa ocidental, com um regime liberal democrático. Estima-se que mais de 3 mil cientistas e grandes estudiosos russos, ou de províncias soviéticas, tenham passado para o ocidente através de Berlim, antes da construção do muro. Isto levou a que Moscovo optasse, também, por fechar esta porta e impedir que a União Soviética perdesse alguns dos seus melhores cérebros.
8. Balões de ar quente e carros rebaixados
9. Usavam canas de pesca para passar mensagens
Em algumas áreas, o muro passava por rios ou canais. Nesses locais, pessoas do lado ocidental costumavam usar canas de pesca e baldes para mandar presentes ou mensagens para o lado oriental.
10. Vigilantes amigos
Nos primeiros anos, os guardas do lado oriental e ocidental às vezes faziam acordos informais permitindo que famílias brevemente se encontrassem em áreas específicas antes que a vigilância fosse intensificada.