Para uns, os tempos da pandemia da Covid-19 já lá vão. Para outros, as sequelas que a doença deixou ainda são palpáveis. Da dificuldade em pensar ou de concentração à perda de olfato, passando pelas complicações respiratórias, renais e gastrointestinais, muitos são os sintomas da síndrome pós-Covid (ou Covid longa) – e parece que elas não param de aparecer.

Um médico britânico acaba de acrescentar um novo problema a esta lista de sequelas: a acrocianose, uma descoloração azulada, também chamada cianose, que ocorre nas mãos e nos pés, de acordo com o jornal espanhol "ABC". E o caso de um homem de 33 anos, publicado na revista científica "The Lancet", é exemplo disso.

O homem desenvolveu uma acumulação venosa de sangue nas pernas quando está de pé, condição que limita o fluxo sanguíneo de volta ao coração quando o paciente está na vertical. Depois de estar sentado ou deitado, o paciente parece apresentar melhorias, que voltam a desaparecer cada vez que fica de pé durante mais de um minuto.

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As pernas do paciente começam a adquirir um tom avermelhado, que se vai transformando em azul, com veias mais visíveis e uma sensação de peso e comichão – um sintoma do qual começou a dar conta durante a pandemia. Além disso, depois de contrair o coronavírus, foi-lhe também diagnosticada a síndrome de taquicardia postural ortostática (POTS), responsável por um aumento anormal da frequência cardíaca quando está de pé.

Esta patologia faz com que os pacientes tenham de ser vigiados e, nos casos mais graves, que recebam assistência médica. O médico britânico que levou a cabo este estudo, Manoj Sivan, da Universidade de Leeds, Reino Unido, acredita que este caso pode servir como um alerta importante tanto para médicos quanto para pacientes.

Em Portugal, a Organização Mundial da Saúde estima que 6% das pessoas que tiveram Covid-19 sofram com Covid longa, de acordo com o "Correio da Manhã". A nível global, estima-se que 10 a 20% das pessoas infetadas com Covid-19 venham a ter ao longo da vida algum sintoma da Covid longa.