Muitas dúvidas, nenhuma certeza. É assim que está a investigação ao caso suspeito do acidente que matou uma mãe e uma avó, esta quinta-feira, 7 de dezembro, em Cascais, depois de o carro em que seguiam ter voado da estrada do Guincho para dentro do mar, quando no banco de trás seguiam dois menores, de 13 e 16 anos, filhos da condutora e netos da passageira. Os dois menores acabaram por sobreviver e foram resgatados numa operação arriscada de salvamento quando estavam agarrados às rochas, em hipotermia e estado de choque.
Numa primeira fase, a Polícia Judiciária quer perceber exatamente o que terá estado na origem do despiste que levou a que o carro tivesse ido parar ao mar. E, para isso, o testemunho dos dois rapazes que seguiam no banco de trás será decisivo, já que não há qualquer outra testemunha. Recorde-se que não é certa, sequer, a hora a que o acidente terá ocorrido. O alerta chegou às 7h58 da manhã, dado por um pescador desportivo que passava no mar e viu o carro a afundar-se junto às rochas, na zona de Cabo Raso, no Guincho. Quando os bombeiros chegaram ao local, alguns minutos depois, encontraram os dois rapazes agarrados às rochas, já "em hipotermia e com o mar a bater-lhes nas pernas", revelou uma fonte dos bombeiros citada pelo "Correio da Manhã".
Depois de resgatados os jovens, que se encontravam em estado de choque, sem conseguirem falar, a Estação Salva-Vidas de Cascais conseguiu chegar até à viatura e retirar os corpos de Raquel Godinho, de 46 anos, e da sua mãe, Maria José Godinho, que foram encaminhados para o Instituto de Medicina Legal. Raquel vivia na Ericeira com os filhos e era funcionária do Millenium BCP.
Os dois rapazes receberam assistência média ainda no local, para recuperarem do estado de hipotermia, agravado pelo muito frio que se fazia sentir, e das lesões resultantes do embate do carro no mar. Já no quartel de bombeiros, receberam apoio imediato da equipa de psicólogos do INEM, tendo, depois sido transferidos para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde permanecem internados, de acordo com o "Correio da Manhã".