Duas alunas de 15 anos da Escola Básica de 2.º e 3.º ciclo de Aranguez, em Setúbal, denunciaram os comportamentos menos próprios de um professor de Informática, que acabou por ser suspenso, até serem apurados mais factos. As jovens, alunas do 8.º ano, e representadas pelos pais, apresentaram também queixa formal na PSP contra o professor, de 41 anos, que só este ano chegou à escola situada no centro da cidade, revela esta sexta-feira o "Correio da Manhã"

Os primeiros sinais estranhos relatados pelas crianças foram coisas mais suaves, como elogios constantes à beleza das duas crianças e, depois, o facto de o professor ter começado por lhes mexer no cabelo, o que terá deixado as jovens desconfortáveis. O pior terá acontecido mesmo no passado dia 8 de maio, de acordo com o que as mães das alunas revelaram, citadas pelo "CM". “A minha filha estava sentada ao computador, ele meteu a mão dele na dela a mexer no rato, encostou-se, e ela sentiu os órgãos sexuais do professor nas costas”, contou uma das mulheres. Outra mãe tem uma história um pouco mais grave. “Pôs a mão firme sobre a dela no rato. Ela tentou levantar-se, mas ele segurou-a pelo ombro e passou as partes íntimas dele no braço dela.” Ambas as situações foram expostas pelas alunas em casa e logo no dia seguinte as mães apresentaram uma queixa formal na escola.

Vídeo mostra aluna a atirar duas vezes spray-pimenta aos olhos de professor que lhe tirou o telemóvel. Veja as imagens
Vídeo mostra aluna a atirar duas vezes spray-pimenta aos olhos de professor que lhe tirou o telemóvel. Veja as imagens
Ver artigo

Numa primeira fase, o Agrupamento Sebastião da Gama, responsável por analisar o caso, ouviu vários alunos da turma, e muitos falaram de comportamentos pouco normais ou naturais num professor, como usar calças extremamente justas para salientar os órgãos sexuais. Outro alunos disseram que o professor era muito mais atencioso com as alunas e que mantinha prolongados contactos visuais com elas, e fazia comentários aos corpos das jovens. Outro facto referido nesta primeira ronda de investigação interna revelou que o professor passaria os intervalos a deambular pela zona de recreio, a observar os alunos, em vez de ir para a sala de professores, diz ainda o "CM".

O Ministério da Educação confirmou a "instauração de procedimento disciplinar” e revelou que o professor foi “afastado de quaisquer funções relacionadas com atividade letiva”.