Faltam apenas 87 dias para o Natal e as soluções para os ajuntamentos familiares deste ano já começam a ser pensadas. Num artigo de opinião publicado no jornal francês "Le Monde" e assinado por dois nomes reconhecidos com o Nobel da Economia, a sugestão é simples: fazer um confinamento prévio de 1 a 20 de dezembro.

A sugestão refere-se ao caso francês, onde, como em toda a Europa, registou-se um aumento de casos nos últimos tempos, mas pode servir de exemplo a outros países, uma vez que também em Portugal os casos aumentam de dia para dia — exemplo disso é que a semana de 21 a 27 de setembro, considerada a pior do mês e a quarta pior desde o inicio da pandemia, de acordo com o jornal "Observador".

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Contudo, uma vez que a celebração religiosa que marca o dia 25 de dezembro está próxima, os especialistas fazem uma análise sobre qual a melhor forma de permitir que as famílias se juntem. A franco-americana Esther Duflo e o seu marido, Abhijit Banerjee, ambos reconhecidos no ano passado com o Nobel da Economia pelo seu trabalho na luta contra a pobreza, apontam assim para o confinamento prévio como forma de nos anteciparmos ao vírus "de forma clara, uniforme e transparente".

"Ninguém quer ser o Grinch que roubou o Natal, especialmente um presidente [Emmanuel Macron] que pretende ser reeleito. No entanto, ao ritmo a que as coisas estão a ir, a hipótese de um confinamento generalizado precisamente por volta das férias de final de ano não pode ser descartada", começam por dizer de forma irónica, mas séria, no artigo.

"Poderia ser visto como o preço a pagar por uma recompensa imediata, um esforço coletivo para salvar o Natal", acrescentam os autores do artigo de opinião. De acordo com os Nóbeis da Economia, esta seria a melhor forma de fazer face a um dos maiores desafios deste Natal: proteger os mais vulneráveis, como é o caso dos idosos e de pessoas com doenças crónicas.

Além da sugestão de uma quarentena pré-Natal, Duflo e Banerjee destacam que todos os cuidados são poucos e a medida essencial para prevenir um aumento de casos é o "comportamento 'responsável' de todos", do qual faz parte o uso generalizado de máscara.