Além da pandemia da COVID-19, parece que pode agora chegar aos EUA uma praga da vespa assassina. O alerta foi dado por especialistas ao jornal "The Post" este domingo, 3 de maio, e de acordo com os apicultores de Nova Iorque não há forma de conter esta espécie.
O nome, vespa assassina, tem um significado literal tendo em conta que mata cerca de 50 pessoas por ano no Japão. Este inseto caracteriza-se por ser dos maiores do mundo, com mais de dois centímetros de comprimento. Da Ásia para o estado de Washington, EUA, esta vespa ameaça pela primeira vez os americanos. Foram vistas em dezembro e os especialistas suspeitam que chegaram aos EUA a bordo de um navio da China.
Quanto ao facto de esta espécie ser ou não perigosa para os seres humanos, um apicultor aposentado do Departamento de Polícia, Anthony Planakis disse: “Absolutamente. Oh, meu Deus". Acrescentou ainda que as vespas assassinas podem chegar a qualquer momento: "Pode levar anos até que elas se estabeleçam [na costa leste] ou podem instalar-se na traseira de um camião e estar aqui em quatro dias".
E o problema não é chegarem algumas destas vespas aos EUA, mas sim a capacidade de, uma vez instaladas, criarem uma colónia. De acordo com Planakis os espaços verdes das cidades nos bairros da periferia são os mais prováveis para estas se multiplicarem.
Mas será que não haverá uma forma de combater esta espécie? Pela experiência de Andrew Cote, apicultor de Manhattan, que esteve em contacto pela primeira vez com as vespas assassinas na China em 2017, é uma batalha dura. Cote viu os apicultores a usar pequenos tacos para atingir as vespas, mas o resultado não foi o esperado. "Parecia alguém a bater numa pedra. As vespas são extraordinariamente agressivas ”, disse, podendo atacar inclusive pássaros e pequenos pardais.
Além de perigosas para os humanos, as vespas podem ainda ser perigosas para o negócio dos apicultores, uma vez que podem destruir as colónias de abelhas — fonte de proteína para criarem a sua própria colónia. "Por isso, decapitam e consomem parte da abelha", disse Cote.
Para que se perceba o perigo, Planakis deixa claro que estas vespas nada têm que ver com as abelhas. Não só porque ao contrário das abelhas, esta espécie pode picar várias vezes, mas também pelo facto de o ataque não ficar por aí. No caso das vespas assassinas o veneno é "um fenómeno, é como um íman para outras vespas", disse.
Só que o perigo não fica por aqui, uma vez que, quer a vítima se defenda ou não, as vespas vão arranjar forma de atingir o seu alvo: "A pior coisa que alguém pode fazer com essas coisas é matá-las", disse. “Esse perfume será transportado pelo ar e o resto da colmeia chegará". Contudo, há um pormenor que nos permite descansar: é que, a menos que vamos até à colmeia das vespas, tem de haver alguma razão para estas se chegarem junto dos humanos.
E, ao que parece, pode haver duas formas de as afastar: usar uma armadilha, colocando uma gaiola com carne para atrair as vespas assassinas, ou usar um género de caçador de vespas, tal como acontece na China.
"Existe um rastreador e o que eles fazem é criar uma fonte de água e esperam lá, como faria um caçador de veados", explica Andrew Cote. Aquilo que acontece é que quando a vespa chega perto da água é cercada, é-lhe instalado o tal sistema de rasteamento e depois libertada. Como esta se vai dirigir para a colmeia, é assim mais fácil de localizar o ponto de concentração da espécie.