Ace, um menino de oito anos, que sofreu uma convulsão e foi diagnosticado com leucemia enquanto estava de férias com a família nos Barbados (ilha na região das Caraíbas), morreu este sábado, dia 14 de janeiro. Depois de ter sido declarado em morte cerebral e sem hipóteses de sobrevivência pelos médicos, os pais quiseram tirá-lo do suporte de vida para o deixar “descansar”. No entanto, tal foi-lhes proibido pelas leis locais, porque ainda havia batimento cardíaco.
Ace estava de férias com a família em Portsmouth quando começou a sentir-se mal e foi levado rapidamente para o hospital. Depois de realizar vários exames, foi diagnosticado com leucemia mieloide aguda. No dia 8 de janeiro, depois de sentir dores de cabeça, teve uma convulsão que causou um grande sangramento no cérebro e não voltou a recuperar a consciência. O seu estado piorou bastante e já não conseguiu ser transferido para o Reino Unido para tratamento médico de emergência, avança o "Daily Mail".
“Eu vou-te amar e lembrar de ti até ao meu último suspiro”. Foi assim que Amber Field, de 30 anos, anunciou a morte do filho nas suas redes sociais, dizendo que “Ace está agora a descansar”.
George Madgwick, conselheiro local, tem apoiado a família de Ace nas últimas 24 horas, afirma que o Ministério das Relações Exteriores está agora diretamente envolvido neste caso e que contactou o primeiro-ministro dos Barbados. A família de Ace diz que a lei é “cruel e má” e que quem a formulou estava apenas a atrasar o inevitável e a prolongar o seu processo de luto. A mãe, Amber e o pai, David, apesar de já não estarem juntos, envolveram-se numa batalha com as autoridades depois de lhes ser negado desligar o suporte de vida do filho, não havendo hipóteses de recuperação.
A família foi informada, anteriormente, que podia demorar semanas até que Ace ficasse sem batimentos cardíacos, porque o seu coração era saudável e tinha o suporte de vida. “No Reino Unido, uma vez que é declarada a morte cerebral, o corpo é declarado morto, não consigo entender porque nos estão a fazer isto”, escreveu Amber na sua página de Facebook. “Os médicos aqui em Barbados e no Reino Unido concordam que deveria ser [desligado] como aconteceria no Reino Unido”, acrescentou. A mãe já tinha partilhado que, se pudesse, “ficava no lugar dele num piscar de olhos”.
Quando Ace adoeceu, foi criada uma página do GoFundMe para ajudar a família, que angariou mais de 115 mil libras (cerca de 129 mil euros). Antes de sofrer a convulsão da qual nunca mais recuperou, Ace passava o tempo na sua cama de hospital, a fazer videochamadas com os seus amigos e a jogar cartas com os pais.
Cerca de 15 familiares próximos de Ace deslocaram-se até Barbados depois da mãe ter sido informada de que não havia hipóteses do menino recuperar. No domingo, dia 15 de janeiro, a Spinnaker Tower em Portsmouth será iluminada em azul, de forma a homenagear o menino de oito anos. Como a família de Ace está noutro país, a comunidade local está a angariar fundos também em homenagem ao menino. Foram doadas umas luvas de boxe usadas por Anthony Joshua e uma camisola da seleção inglesa assinada por Michael Owen. O clube de futebol local também fará um minuto de silêncio em sua homenagem antes do próximo jogo.