Corrine Lee-Cheu, uma menina australiana de 13 anos, cometeu suicídio a 13 de setembro. A adolescente era vítima de bullying por parte de colegas da escola, mas nenhuma medida foi tomada para castigar os agressores. Agora, a família da adolescente faz um apelo para que a comunidade comece a alterar regras e mentalidades.
Depois de um dia aparentemente normal, onde fez uma visita à avó, falou com a tia ao telemóvel e jantou com a família, Corrine decidiu tirar a própria vida. De acordo com o “Daily Mail”, a família não fazia ideia de que a adolescente era vítima de bullying na escola.
"Não havia nenhuma indicação de que algo estivesse errado”, disse a avó de Corrine, Patricia Stewart, em declarações ao mesmo meio de comunicação social. Ainda assim, o jornal noticia que o comportamento da adolescente tinha vindo a alterar-se nos últimos três meses, e que a rapariga andava mais irritada e com os nervos à flor da pele.
Há cerca de dois meses tinha sido agredida por um grupo de jovens, perto de um supermercado local. Tentou fazer queixa na polícia, mas o processo nunca foi para a frente por causa das leis relativas a crimes cometidos por menores.
A família fez questão de referir o incidente na escola que Corrine frequentava, mas também não foram tomadas medidas, uma vez que o ataque não aconteceu no local de ensino.
Quando questionada pelos pais se estava bem, a rapariga mostrava-se irritada e simplesmente respondia que sim e que não se passava nada. Apesar deste comportamento de negação, a família fez questão de levar a adolescente ao médico na semana antes da sua morte, pois acreditavam que a filha precisava de ajuda. Infelizmente, chegaram tarde demais, e agora acreditam que o suicídio se deveu à falta de serviços de apoio na área e à insuficiência de políticas para lidar com o bullying nas escolas.
Jodie Stewart, mãe de Corrine, diz que os jovens que passam por estas situações têm vergonha de falar sobre elas, e que por isso mesmo são necessários mais programas de aconselhamento que façam com que estes jovens consigam confiar em redes de apoio fora das suas casas e que sirvam para expôr situações que as crianças considerem erradas ou anormais.
Os pais da rapariga tentam agora consciencializar outros pais a terem atenção aos comportamentos dos filhos. A família de Corrine está empenhada em levantar as problemáticas do bullying e pede castigos para quem o pratica. Dizem que uma semana de suspensão na escola não resolve o problema e que é necessária a criação de outras medidas.
Annie Fitzgerald, tia da rapariga, criou uma página de GoFundMe como forma de ajudar financeiramente os pais da adolescente. Está ainda a desenvolver uma angariação de fundos para a prevenção do suicídio entre jovens e adolescentes, particularmente no Extremo Norte de Queensland.
Corrine era aluna da Atherton State High School, onde frequentava o 8.º ano, e tal como as outras raparigas da sua idade gostava de cozinhar e passar tempo com a família. Outras das suas diversões eram correr descalça e conduzir tratores na estação Lee Cheus, propriedade dos avós, perto de Bundaberg, em Queensland. Deixou assim a família, incluindo 4 irmãos.