O termo "Black Friday" pode ter diferentes conotações para cada um. Ora é aquela sexta-feira em que tudo é mais barato, ora o dia do caos nos centros comerciais. Enquanto, para uns, é apelativa ou até irresistível, outros nem sequer consideram usufruir desta data e do que dela advém.
Graças à popularização do dia, "Black Friday" tornou-se um termo mundialmente conhecido. Mas porquê esse título? O que tem a palavra "preto" que ver com isto? E porquê a uma sexta-feira? Aliás, qual sexta-feira? Para responder a estas e a outras dúvidas, a MAGG foi investigar a origem deste dia e explica-lhe tudo.
O conceito "Black Friday", associado ao consumismo capitalista, surgiu nos Estados Unidos da América. Este dia calha sempre na quarta sexta-feira do mês de novembro, e é o dia seguinte ao Dia de Ação de Graças (Thanksgiving, feriado norte-americano desde 1863), que se celebra na quarta quinta-feira de novembro. Este ano, o Thanksgiving celebra-se a dia 25 e a Black Friday a 26 de novembro.
O termo "Black Friday" foi utilizado pela primeira vez em 1869, mas a conotação não era aquela que tem hoje. Dois acionistas de Wall Street — Jay Gould e Jim Fisk — compraram ouro em grandes quantidades por acreditarem que tanto o valor como o preço aumentariam. Deste modo, conseguiriam ter lucro quando voltassem a comercializá-lo. Contudo, a 24 de setembro de 1869, o mercado de ouro dos EUA colapsou, fazendo com que as ações desvalorizassem. Os dois homens ficaram falidos e este acontecimento foi apelidado de "Black Friday".
A "Black Friday" propriamente dita surgiu em 1951, novamente nos Estados Unidos. Algumas lojas na Filadélfia tiveram a iniciativa de fazer campanhas para o dia seguinte ao Dia de Ação de Graças. Tal levou muitos trabalhadores a pedir folgas, na tentativa de conseguirem ter um fim de semana prolongado e, assim, poderem ir às compras e aproveitar estas campanhas. Este acontecimento foi registado pelo jornal "Factory Management and Maintenance", no artigo "Friday After Thanksgiving", e representou a primeira utilização do termo com a atual conotação.
Também o Departamento Policial de Filadélfia descreveu o cenário do dia como "Black Friday", em 1961. As enchentes, atraídas pelas campanhas em decurso, congestionavam as ruas e formavam uma mancha negra. Havia muito trânsito, bastante fumo causado pelos carros, grandes multidões e até roubos. Esta confusão impedia os polícias de pedirem folga, obrigando-os a cumprir turnos longos para controlar este caos.
Em 1975, o jornal "The New York Times" referiu-se ao termo Black Friday como "o dia com mais compras e mais trânsito do ano". Esta descrição continua verdadeira, sendo que muitas pessoas aproveitam o dia e os descontos a ele associados para iniciar as compras natalícias.
Entre 2006 e 2018, incidentes ocorridos durante a Black Friday provocaram 11 mortos e 109 feridos, de acordo com o site “The Hustle”. Em 2019, também na Black Friday, um homem de 27 anos foi morto a tiro no parque de estacionamento de um centro comercial no Canadá e, no ano passado, dois jovens perderam a vida da mesma maneira, desta vez num centro comercial na Califórnia.
* este artigo foi originalmente publicado em 2021 e adaptado a 1 de novembro de 2022