A religião é sempre um campo perigoso para uma abordagem mais arrojada, mas mesmo assim há ainda quem goste de arriscar. Desta vez foi uma das marcas de roupa mais famosas do mundo e a experiência não parece ter corrido bem.
Em fevereiro de 2018, a Gucci apresentou uma coleção de turbantes durante a semana da moda, em Milão, em Itália, e as críticas não tardaram. Aparentemente a polémica acalmou, mas agora têm surgido novas críticas alegando que a marca se está a apropriar de um símbolo do siquismo — uma religião monoteísta, criada pelo guru Nanak Dev, no século XV.
Num comunicado enviado à NBC, a organização Sikh Coalition afirmou que "o turbante não é apenas um acessório de moda para monetizar, mas sim um artigo religioso de fé que milhões de siques em todo o mundo consideram sagrado."
Nas redes sociais, também têm surgido algumas críticas a acusar a marca italiana e o site da Nordstrom por se estarem a apropriar de algo cultural e religioso. E até há quem se ofereça para dar aulas de como fazer um turbante.
"Hey @Nordstrom e @gucci: isto é inapropriado! O turbante é um artigo de fé sique, não é um acessório de moda. Considerando a quantidade de discriminação que os siques sofrem regularmente, por favor, reconsidere a venda deste produto", escreveu uma utilizadora no Twitter.
"Queridos não-siques, não gastem mais de 700 euros num turbante falso da @gucci na @Nordstrom. Podem enviar-me as vossas localizações e eu posso organizar aulas gratuitas de turbante e fornecer material GRÁTIS!", escreveu outro utilizador.
Segundo a revista "Page Six", o turbante da Gucci encontrava-se à venda na Nordstrom por mais de 700 euros. Mas a marca italiana retirou o valor do acessório e colocou-o como esgotado e, até ao momento, ainda não se manifestou sobre o assunto.