Depois de um primeiro mandato turbulento, Donald Trump conseguiu uma nova vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Esta quarta-feira, 6 de novembro, o magnata conseguiu os 270 votos eleitorais necessários para ganhar e tornar-se no 47.º presidente dos Estados Unidos (e o segundo da história a ser eleito depois de perder a reeleição).
Isto significa que a família do magnata voltará a ser uma peça central na política do país – mais que não seja por afetarem, positiva ou negativamente, a imagem do novo chefe de Estados, que tomará posse a 20 de janeiro de 2025. A par da mulher, Melania Trump, que se torna novamente primeira-dama, também a filha do vencedor das eleições, Ivanka Trump, voltará às luzes da ribalta.
Ivanka Trump, que já desempenhou funções na Casa Branca durante a presidência do pai, tendo sido apresentada como conselheira informal e, mais tarde, assumido um cargo oficial como conselheira sénior, tem sido uma figura de controversa. por um lado, passa a imagem de empresária de sucesso, por outro, é indissociável das polémicas que envolvem a sua família — que até já a fez perder amigos.
Uma coisa é certa: hoje em dia com 43 anos, Ivanka Trump construiu uma imagem pública que casa glamour e controvérsias. Filha da modelo Ivana Trump, o primeiro casamento do empresário, é a segunda mais velha de cinco irmãos, Donald Trump Jr. Eric, Tiffany e Barron. Contamos-lhe cinco coisas que talvez não saiba sobre ela.
1. Ivanka, teoricamente, não é o seu nome verdadeiro
Podemos conhecer a segunda filha mais velha de Donald Trump como Ivanka Trump, mas não é esse o seu "nome real", como lhe chamou numa entrevista à "US Weekly", – apesar de o verdadeiro também não distar muito do mesmo. Na verdade, a empresária chama-se Ivana Marie Trump, tendo sido apelidada à imagem da mãe, com quem o pai esteve casado de 1989 a 1992.
Contudo, foi logo na infância que o seu nome ganhou uma letra extra. Ivanka é um diminutivo de Ivana em checo (a nacionalidade da sua mãe, que é também a progenitora dos seus irmãos mais velhos, Donald Trump Jr. e Eric Trump), e é assim que tem sido chamada durante a maior parte da sua vida.
"A minha mãe é a minha inspiração", disse a empresária numa entrevista à "People", em 2016. "Ela foi o derradeiro modelo a seguir", continuou, dizendo que continua próxima da mesma, especialmente tendo em conta o motivo que levou à separação dos pais: o caso extraconjugal de Donald Trump com Marla Maples, que mais tarde se tornaria a sua segunda mulher e mãe da filha mais nova, Tiffany Trump, atualmente com 31 anos.
2. Já foi modelo
Apesar de, em 2005, se ter juntado à Trump Organization e de, atualmente, ser vice-presidente do departamento de aquisições e desenvolvimento, tendo estado por detrás de projetos importantes, nem sempre teve esse objetivo. Durante a adolescência, Ivanka Trump interessou-se por áreas criativas como o ballet e a representação.
Aos 15 anos, em 1997, fez a sua primeira aparição televisiva, tendo apresentado o concurso Miss Teen USA. A par disto, numa entrevista à "US Weekly", revelou que também fez parte do elenco de "O Quebra-Nozes", no Lincoln Center, em Nova Iorque, e chegou até a fazer uma audição para o papel de Cosette no musical "Os Miseráveis", embora sem sucesso.
No entanto, a sua paixão pela moda levou-a a conseguir, à semelhança da mãe, trabalhos como modelo para marcas de renome, como Versace, Tommy Hilfiger ou Vivienne Westwood, e a aparecer em revistas como a "Elle", "Glamour" e "Seventeen", da qual foi capa em 1997. Na época, o facto de ser filha de Donald Trump era valorizado pela indústria, o que fez com que a sua carreira descolasse.
Ivanka Trump nega, porém, alguma vez ter vislumbrado um futuro como manequim. Em várias entrevistas, como à "Marie Claire", dizia que era modelo "porque adorava", e não pelo dinheiro, embora tenha confessado que considerava a indústria "implacável". A par disto, também admitiu que fazia estes trabalhos para viajar e romper com a monotonia do dia a dia.
3. Perdeu muitos amigos à conta do pai
Ivanka Trump passou por uma fase "party girl" durante os seus anos de juventude em Nova Iorque, onde convivia com figuras influentes das elites. Durante este período, que correspondeu ao final dos anos 90 e início dos anos 2000, antes de começar a estudar na Universidade de Georgetown, onde estudou durante dois anos. a empresária era presença assídua em festas e eventos do mais badalado que há.
Além de Paris Hilton, uma das suas grandes amigas era Chelsea Clinton, filha dos democratas Bill e Hillary Clinton. Em 2015, a filha do ex-presidente dos Estados Unidos chegou a elogiar Ivanka Trump numa entrevista à "Vogue", na qual a descrevia como uma pessoa atenciosa e empática, alguém que se preocupava com o bem-estar das pessoas à sua volta, longe do estereótipo de "beleza superficial" ao qual estava vinculada.
No entanto, a amizade da dupla começou a deteriorar-se em 2016, o ano em que Donald Trump concorreu, frente a Hillary Clinton, à presidência dos Estados Unidos – e ganhou. A relação ficou especialmente abalada durante os anos de Ivanka Trump na Casa Branca, onde a sua posição como conselheira do pai foi alvo de críticas e polémicas.
Em entrevistas, Chelsea Clinton comentou que tinha cada vez menos contacto com a amiga e que já não tinham uma relação próxima. Contudo, numa entrevista a Andy Cohen, no "Watch What Happens Live", em 2020, chegou mesmo a afiançar que não tinha qualquer interesse em reatar a amizade.
E não foi a única. Algumas celebridades, como Emmy Rossum, manifestaram-se publicamente contra Ivanka Trump devido ao seu papel na administração do pai dela. Anna Wintour, uma das figuras mais poderosas da moda e até então uma aliada próxima da família Trump, também teria cortado laços com Ivanka, diz o "The List".
4. Escreveu dois livros e teve os seus negócios
Em 2007, Ivanka Trump lançou uma coleção de joias de luxo: Ivanka Trump Fine Jewelry. Esta era destinada à mulher moderna, com capacidade financeira para investir em peças de valor – e, com o tempo, expandiu-se, tendo passado a incluir roupas e sapatos. Em março de 2017, acabou por ser encerrada, dando lugar a uma linha de bijuteria mais acessível, de acordo com a "Forbes".
Além das joias, a empresária também esteve por detrás da criação da Ivanka Trump Collection, uma marca de moda que incluía roupas, sapatos, malas e outros acessórios, desenhados a pensar em mulheres trabalhadoras. Paralelamente, lançou um site de lifestyle associado à sua marca de moda, com dicas de carreira e estilo feminino, entretanto também encerrado.
O declínio destes projetos coincidiu com a tomada de posse do pai da empresária. Várias cadeias de retalho, como a Nordstrom e a T.J. Maxx, decidiram deixar de comercializar os produtos de Ivanka Trump, alegando que não vendiam – apesar de a CNN ter sito que as vendas dispararam em janeiro e fevereiro desse ano. No entanto, a própria empresária decidiu afastar-se para se concentrar nas suas funções na Casa Branca.
Como se isto não bastasse, também foi responsável pela publicação dois livros: "The Trump Card: Playing to Win in Work and Life" (algo como "O trunfo: Jogar para ganhar no trabalho e na vida", em português), lançado em 2010, e "Women Who Work" (algo como "Mulheres que trabalham", em português), datado de 2017, uma obra destinada a mulheres que procuram alcançar um equilíbrio entre carreira e vida pessoal.
5. Conheceu o marido num encontro às cegas
Atualmente, Ivanka Trump é casada com o investidor imobiliário Jared Kushner, que conheceu em 2007. A dupla foi apresentada por um amigo em comum, num almoço que deveria ser apenas para tratar de negócios, mas que acabou por se transformar numa história de amor, diz a "Women's Health". E o que é facto é que dura até aos dias de hoje e até já deu frutos.
O par casou-se em 2009, na propriedade privada de Donald Trump em Bedminster, Nova Jérsia, depois de Ivanka, que sempre foi presbiteriana, se converter ao judaísmo ortodoxo, a religião do atual marido. Juntos há 15 anos, o casal tem três filhos: Arabella, Joseph e Theodore, com 13, 11 e 9 anos, respetivamente.
Ao longo dos anos, a relação da empresária e do imobiliário tem estado debaixo dos holofotes, não só porque são bastante ativos nas redes sociais, como foram figuras influentes não só durante a campanha à presidência de Donald Trump, segundo a "Forbes", como ao próprio mandato, sendo que Jared Kushner também ocupou um cargo importante na Casa Branca – o de Conselheiro Sénior.
No entanto, o cargo que Jared deteve também foi alvo de controvérsias, nomeadamente pelo plano de paz para a Palestina, em 2019, que foi criticado por se focar mais em soluções económicas, como investimentos em infraestruturas, do que nas questões políticas centrais do conflito, diz a "QZ. Muitos viram a proposta como uma abordagem de "desenvolvimento imobiliário", priorizando crescimento económico em detrimento de um acordo político sustentável.