Depois dos incêndios na Amazónia que surpreenderam o mundo e cujas imagens se tonaram virais um pouco por toda a internet, há uma árvore que promete restaurar a esperança no combate à desflorestação da região. Chama-se árvore Inga e não só tem a capacidade de crescer em solo destruído e queimado, como permite ainda torná-lo fértil para o regresso de outras espécies.

Segundo escreve o jornal britânico "The Independent", a razão pela qual esta árvore pode ter tão importante na região deve-se ao facto de possibilitar o depósito de nitrogénio no solo, considerado o nutriente chave para o desenvolvimento e crescimento das plantas.

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Além disso, esta espécie de árvore pode revelar-se também muito rentável para os agricultores já que os feijões que dela originam podem ser vendidos, as folhas podem servir de alimento ao gado ou até mesmo virem a ser cortadas para a criação de lenha.

Toby Pennington, especialista em Biogeografia da Universidade de Exeter, no Reino Unido, revelou à BBC que o grau de crescimento dos legumes nestas árvores é "fantástico". "Se tiver tomado café hoje que tenha vindo da América Latina, há uma grande probabilidade de que tenha nascido debaixo de uma das árvores Inga da região", explicou.

O Instituto Ouro Verde, responsável pela iniciativa de plantação de árvores Inga, diz à mesma publicação que a plantação deste tipo de árvores pode "encorajar uma maior biodiversidade em áreas afetadas pelos incêndios e até minimizar alguns dos efeitos das alterações climáticas."

No entanto, segundo a mesma publicação, é importante que a plantação aconteça ao mesmo tempo que se trava a destruição da floresta da Amazónia.

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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) relevam que, só em junho, se assistiu a um aumento de 88% de desflorestação em toda a região da Amazónia. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que disse que os incêndios eram normais por ser a altura das queimadas, refutou os números.

A 15 de agosto, quando foi dado o alerta dos incêndios na Amazónia, registaram-se 9.507 focos de incêndio na região que é considerada vital para o combate aos efeitos do aquecimento global.