O príncipe Harry falou publicamente pela primeira vez sobre o diagnóstico do pai, numa entrevista exclusiva ao formato matinal do canal ABC, “Good Morning America”, esta sexta-feira, 16 de fevereiro. Numa conversa com Will Reeve, filho do ator Christopher Reeve, no Canadá, onde o duque de Sussex se encontra mais a mulher, Meghan Markle, para um evento sobre os Jogos Invictus, Harry confessou estar “muito grato” por ter conseguido visitar o pai, rei Carlos III, neste momento mais frágil.

“Eu amo a minha família. O facto de eu ter tido a possibilidade de entrar num avião e ter conseguido vê-lo, ter passado tempo com ele, fico muito grato”, disse o duque de Sussex na entrevista. Harry confirmou que soube da notícia quando falou com o pai, e a primeira coisa que fez foi apanhar um avião até ao Reino Unido. 

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Quando lhe foi perguntada a sua visão sobre o estado de saúde do rei, o príncipe não quis falar sobre o assunto, dizendo apenas que isso ficava entre os dois. No entanto, acredita que este contratempo na saúde do pai pode ter um efeito positivo na sua situação familiar e reunir novamente a sua família. “Tenho a certeza que sim. Eu vejo isso todos os dias nestas famílias todas [as que fazem parte dos Jogos Invictus]. A força que uma família tem quando se junta”, disse. 

Depois de ter deixado o cargo de membro sénior da família real britânica em 2020, em conjunto com a mulher, o príncipe Harry mudou-se para a Califórnia, EUA, visitando o seu país de nascença em situações pontuais. Depois do diagnóstico do pai, Will Reeve questionou o duque de Sussex sobre isso, e como é que estava a processar esta notícia estando tão longe. “Eu tenho a minha própria família, como todos temos. A minha vida e a minha família na Califórnia é como é. Eu tenho outras viagens planeadas que me levam pelo Reino Unido ou de volta ao Reino Unido, por isso vou visitar a minha família sempre que conseguir”, explicou o príncipe.

A entrevista feita pela equipa da ABC deu-se enquanto Harry e Meghan estão no Canadá para marcar um ano antes do começo dos Jogos Invictus, um evento desportivo para veteranos que ficaram feridos em combate que o duque de Sussex fundou em 2004. Sobre a sua mudança para os EUA, Will Reeve perguntou ao príncipe se já se sentia americano e este, a rir-se, diz que não, mas que gosta muito de lá viver. “Já considerei [tornar-se um cidadão norte-americano]. Mas estou aqui com estes homens [veteranos], a cidadania norte-americana é algo que me passou pela cabeça, sim, mas não é uma prioridade”.

O duque de Sussex acabou também por falar sobre os seus filhos, Archie, de 4 anos, e Lilibet, de 2, revelando que estão “a crescer como todas as outras crianças e muito rápido”. “Os dois têm um excelente sentido de humor e fazem-nos rir muito e mantêm-nos com a cabeça na terra todos os dias. Sou muito grato por ser pai”, disse.

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Esta foi a primeira vez que o príncipe Harry falou sobre o diagnóstico de cancro do rei Carlos III, depois de a notícia ter sido divulgada no dia 5 de fevereiro, pelo palácio de Buckingham. O duque de Sussex regressou ao Reino Unido logo no dia seguinte, depois de o rei ter informado os filhos, Harry e William, e os irmãos, Ana, Eduardo e André, do sucedido, e Harry teve uma conversa "agradável" por telefone com o pai, segundo o "Daily Mail". O cancro terá sido detetado na sequência de um procedimento que realizou à próstata.

Meghan Markle e os filhos ficaram em casa, na Califórnia, enquanto pai e filho tiveram um encontro que durou cerca de 45 minutos na residência real Clarence House. “O facto de o príncipe Harry ter viajado milhares de quilómetros para esta reunião de 45 minutos – e tendo em conta que os dois não se falam pessoalmente há meses – foi muito importante”, disse Laura Bundock, correspondente real da Sky News.

Isto porque o rei Carlos III e o príncipe Harry têm estado afastados desde que os duques de Sussex deixaram os cargos de membros seniores da família real britânica, em 2020, e a relação ficou ainda mais tensa após o casal ter lançado a série “Harry & Meghan”, na Netflix, e o príncipe ter lançado o livro de memórias “Na Sombra”. A última vez que o príncipe Harry tinha visto o pai foi em maio do ano passado, depois de ter viajado para o Reino Unido para assistir à coroação do rei Carlos III.