A notícia da morte do jogador de basquetebol Kobe Bryant este domingo, 26 de janeiro, não só chocou o mundo pela perda da celebridade do desporto, como pela própria tragédia, cujas causas ainda são desconhecidas.

Bryant, 41 anos, morreu num acidente de helicóptero em Calabasas, Califórnia, onde viajava com mais oito pessoas — nenhuma delas sobrevivente e entre as quais estava Gianna, 13 anos, uma das três filhas do jogador.

A viagem foi feita em "condições de neblina", conforme indica o site "Los Angeles Times", mas para lá deste fator, nada fazia prever uma tragédia como esta. Ou será que fazia? Começou a discussão sobre as medidas de segurança dos helicópteros particulares que, de acordo com o "Aviation Law Monitor", podem variar das que são aplicadas nas aeronaves regulamentadas (aviões).

A queda do helicóptero em "Chernobyl" aconteceu mesmo
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Isto porque se as aeronaves não podem voar sem que as condições climáticas permitam uma visibilidade mínima, no caso dos helicópteros estes podem descolar quando "a visibilidade do voo estiver abaixo de um quilómetro", de acordo com o site de instrução de voo "CFI Darren" — algo que pode ter influenciado o acidente fatal de Bryant.

Além disso, a administração federal de aviões (FAA) informa que há várias diferenças entre as regras das aeronaves e dos helicópteros, sendo que uma das exceções está relacionada com o facto de as alturas mínimas permitidas para atividades como sobrevoar áreas congestionadas ou não congestionadas estarem abaixo dos valores mínimos prescritos para as aeronaves.

Isto desde que "cada pessoa que esteja a operar o helicóptero" esteja "em conformidade com quaisquer rotas ou altitudes especificamente prescritas para helicópteros pela FAA", indica uma nota da administração.

Contudo, apesar de as regras estarem estabelecidas, continuam a registar-se vários acidentes, de acordo os dados da organização "Flight Safety". Se internacionalmente os acidentes em helicópteros diminuíram entre 2016 e 2017, nos Estados Unidos aumentaram.

Por essa razão, e após o acidente trágico do jogador de basquetebol, o segundo num helicóptero deste tipo e o terceiro a cair na região de Calabasas nos últimos anos, a senadora estadual Laura Thielen disse à Rádio Pública do Havai: "Precisamos de verificar se [os helicópteros] estão seguros antes de continuem a permitir que estes operem. Ou, no mínimo, solicitar que circulem fora do espaço aéreo de áreas residenciais".

Na edição da revista "GQ", em março de 2010, o repórter JR Moehringer revelou que Kobe Bryant costumava usar o helicóptero como meio de transporte pelo facto de ser mais cómodo dadas as condições de saúde do atleta de 41 anos, como os joelhos frágeis, que não aguentariam viagens de carro durante duas horas entre Orange County, onde vivia com a mulher e as filhas, e o estádio em Los Angeles, Califórnia, onde jogava na equipa Los Angeles Lakers.