Com apenas 25 anos, Mariana Ribeiro, ou Mari Mola, é a nova rainha do carnaval do Rio de Janeiro, mas esta não é mais uma típica musa do mundo do samba. De acordo com a "Folha de S.Paulo", Mari é a primeira rainha a falar publicamente sobre a sua orientação sexual.
A passista (dançarina) e professora de samba de Morro do Tuiuti, uma favela em São Cristóvão, enaltece a sua comunidade, as suas raízes e a sua sexualidade. “Gosto de falar sobre isso de forma natural, não preciso fazer um enredo. No concurso, falei porque me perguntaram como estava meu coração, se estava namorado, se ele estava ali. Daí, falei que não era ele, mas ela. Não tenho vergonha da minha bissexualidade, mas sei que carrego todas essas bandeiras comigo: da minha origem, do que sou, das escolas do Rio de Janeiro e do carnaval carioca”, afirmou Mari Mola ao "G1".
A rainha do carnaval contou ainda à "Folha de S.Paulo" como foi um símbolo para a comunidade LGBTQIA+. "Quando fui eleita, várias meninas vieram me dizer que se sentiram mais fortes para se livrarem das amarras e se relacionarem com quem elas quiserem".
Revelou também que ficou surpreendida, pela positiva, com o facto de não ter despertado comentários de ódio por parte do público. "Até agora está tudo em paz. A verdade é sempre o melhor caminho e eu também não estou aqui para levantar bandeiras. Simplesmente porque não preciso. Essas bandeiras estão em mim. Eu sou mulher, preta, favelada e LGBTQIA+ com o maior orgulho".
A ex-musa do Paraíso do Tuiuti, uma escola de samba em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, foi eleita como rainha da "Corte Real", juntamente com o Rei Momo, Djferson Mendes, e as Princesas Monalisa Carvalho e Rhuanda Monteiro, sendo estes os representantes oficiais do carnaval até ao dia 23 de fevereiro de 2023. Durante o período do carnaval, as chaves da cidade ficam entregues ao Rei Momo e à Rainha.
