Os dois jovens de Famalicão presos em Gijón, Espanha, desde 26 de julho vão continuar detidos preventivamente após terem sido acusados de abusar sexualmente de duas mulheres espanholas. A defesa dos jovens pedia a sua libertação sob pagamento de uma fiança, mas o tribunal de instrução criminal de Gijón não deu provimento ao recurso, escreve o "Jornal de Notícias".
A decisão, tomada esta quarta-feira, 11 de agosto, baseia-se nas mesmas medidas de coação conhecidas em julho, com o tribunal a invocar "a falta de reconhecimento do quadro intimidatório" sobre as vítimas, a "moldura penal dos ilícitos", mas também o "risco de fuga" elevado dos dois suspeitos.
Apesar de o tribunal, o mesmo que inicialmente aplicou a prisão preventiva, manter a sua posição, a defesa dos dois jovens já fez saber que vão ser movidos mais dois recursos com o objetivo de libertar os arguidos, escreve o mesmo jornal.
Caso a libertação não seja concedida, tentar-se-á a transferência dos suspeitos para uma prisão portuguesa.
Na altura em que foi conhecida a medida de coação de prisão preventiva para os dois jovens (os restantes dois ficaram em liberdade condicional), o advogado responsável pela defesa falou à imprensa dizendo que "não há perícias médicas que indiciem violação" e que as alegadas vítimas "não têm lesões", segundo cita a rádio Renascença.
Nas mesmas declarações, o advogado garante que há um vídeo que considera ser "uma prova determinante da inocência dos quatro portugueses" e que, por isso, as duas jovens "não estão a dizer a verdade".
Mulheres negam a versão dos factos dos portugueses
O alegado caso de abuso sexual terá acontecido numa pensão em Gijón, nas Astúrias, e foi denunciado às autoridades espanholas pelas 6h30 de sábado, 24 de julho. Recebida a denúncia, a polícia ter-se-á dirigido à pensão onde encontrou os cidadãos portugueses a dormir. Foram detidos e desde então que se encontram detidos na esquadra de Gijón.
No momento da queixa, as duas mulheres, de nacionalidade espanhola, relataram que, nessa noite, tinham-se encontrado com um dos homens num bar. Segundo contam, foi com ele que seguiram para a pensão onde estava hospedado para um encontro sexual. Pelo caminho, no entanto, terão encontrado um segundo homem ao qual se juntaram mais dois à chegada da pensão.
Durante a manhã de sábado, as jovens foram transferidas para o hospital de Gijón, em Cabueñes, para serem submetidas a exames médicos. Nessa mesma manhã, a Polícia Científica deslocou-se à pensão para recolher possíveis provas da agressão sexual na sala onde terão ocorrido os ataques às duas mulheres, tal como escreve o jornal "Expresso".
As informações mais recentes dão conta de que as duas mulheres espanholas terão acordado manter relações com um dos portugueses. O outro segui-os, argumentando que o fez porque uma delas o terá chamado. As duas mulheres, no entanto, negam esta versão dos factos, segundo escreve o "Jornal de Notícias", citando a imprensa local.
No despacho da juíza de Gijón, a mesma que decretou a prisão preventiva, os dois portugueses estão indiciados de dois crimes de agressão sexual, com penetração oral e vaginal.