A sua "voz poética inconfundível, que com beleza austera, faz universal a existência individual" — assim é descrita pela Academia — convenceu os elementos do júri, que acabaram por atribuir o prémio a Louise Glück.

Nascida em 1943, em Nova Iorque, Louise já venceu o Prémio Pulitzer e a Medalha Nacional de Artes e Humanidades, entre outras distinções. Aos 77 anos alcançou o mais desejado galardão. O anúncio foi feito ao final da manhã desta quinta-feira, 8 de outubro, na Academia Sueca, em Estocolmo.

"Firstborn" foi a obra que marcou a estreia da autora, em 1968. Desde então, nunca mais largou a escrita e já publicou doze coleções de poesia e ensaios sobre poesia. A Academia não tem dúvidas de que Louise Glück é uma das "poetas mais proeminentes da literatura americana contemporânea".

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O momento da atribuição do prémio serviu ainda para revelar que, devido à pandemia, os vencedores dos Nobel de 2020 não irão juntar-se este ano na habitual cerimónia de dezembro em Estocolmo. Cerimónia e discursos serão transmitidos online, com sessões individuais para cada categoria.

Academia Sueca parece estar a mudar

O caminho ainda está a ser percorrido mas a eleição de Louise Glück pode ser um sinal de mudança. A escritora é a 15ª mulher a vencer o Nobel da Literatura desde a sua criação, em 1901. Em cinco anos, três vencedores foram mulheres.

Aliás, as apostas apontaram sempre para uma maioria feminina, ainda que a escolha da Poeta Laureada dos Estados Unidos tenha sido um pouco inesperada. A guadalupina Maryse Condé e a antiguana Jamaica Kincaid foram os nomes mais referidos como favoritos à vitória. O Prémio Nobel da Literatura é agora de Louise Glück e tem o valor pecuniário de cerca de 1 milhão de euros.