A 1 e 2 de outubro, a delegação portuguesa que seguia na flotilha humanitária rumo à Faixa de Gaza foi detida por Israel. A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte só chegaram a Portugal na noite deste domingo, 5.

Portugueses que seguiam na flotilha rumo a Gaza detidos por Israel. Falam em rapto e pedem ajuda
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Depois de fazerem escala em Madrid, aterraram no Aeroporto Humberto Delgado, onde tinham uma multidão à sua espera para os receber e louvar. Desde então, fizeram algumas declarações sobre o tempo em que estiveram presos em Israel.

Os três dizem ter sido "mal tratados" e asseguram ter passado "fome e sede". Segundo Mariana Mortágua, passaram "várias horas em jaulas ao sol" e foram "algemados várias vezes" pelas autoridades israelitas.

A deputada do BE disse ainda que viram "camaradas a serem espancados". "Se eles nos fazem isto a nós, imaginem o que eles não fazem ao povo palestiniano", referiu, ainda, à comunicação social, assim como cita o "Correio da Manhã".

"Fomos algemados, fomos vendados, fomos postos dentro de autocarros-prisão", detalhou Miguel Duarte, afirmando que as celas "estavam completamente sobrelotadas" e que houve quem ficasse mais de 48 horas sem água ou comida.

"Temos camaradas que têm diabetes que estiveram três dias sem receber insulina. Fomos postos em jaulas ao sol durante muito tempo", referiu, ainda, o integrante deste trio que garante ter sido levado contra a sua vontade por forças israelitas, e também contra a lei internacional.

"Não existem direitos de prisioneiros nas prisões israelitas, se nós tivemos alguma proteção às nossas vidas e à nossa integridade física foi porque somos europeus, temos mobilizações pelo apoio à flotilha. Temos de fazer o mesmo pelos palestinianos", cita a RTP.

Sofia Aparício mencionou que os israelitas tentaram que os ativistas assinassem documentos escritos em hebraico. "Nós, obviamente, não assinámos", acrescentou. Miguel Duarte diz ter visto um soldado israelita a falsificar assinaturas dos ativistas em documentos que constatavam que Israel tinha detido e levado o grupo de forma legal.