Cheio, italiana, em chávena escaldada, duplo ou sem princípio. Serão poucos os países com tanta imaginação para beber um simples café quanto Portugal.
No entanto, mais recentemente, parece que toda essa habilidade criativa se resume ao gesto prático de pôr uma cápsula na máquina, carregar no botão e esperar pela dose certa.
A tecnologia das cápsulas veio revolucionar o mercado do café em todo o mundo e Portugal não escapou à onda. Só em 2017, os portugueses consumiram 780 milhões de cápsulas, o que corresponde a um crescimento de 11% em relação a 2016, altura em que o número —701 milhões — já impunha respeito.
Este consumo em crescimento reflete-se nos números. Dados da Nielsen, uma empresa de análise de dados, fornecidos à MAGG, revelam que nos últimos doze meses, os portugueses gastaram 253 milhões de euros em café torrado. Deste valor, 79% corresponde a cápsulas, ou seja, cerca de 200 milhões de euros. A restante percentagem é dividida pelos outros tipos de café torrado, em grão, moído, ou pastilhas.
Já um estudo da Marktest, divulgado também esta semana, faz as contas de forma a dar mais pormenores sobre o tipo de consumidor.
O estudo revela que 5 milhões de portugueses consomem em casa café em cápsulas, o que corresponde a quase 60% dos residentes no continente com 15 e mais anos. Esta forma de tomar café é mais escolhida por pessoas de classes mais elevadas (64,7%) e é na Grande Lisboa que há mais probabilidade de encontrarmos consumidores de café em cápsulas.