O agravamento da situação pandémica no Algarve levou a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS) a suspender as aulas presenciais para os alunos do 1.º e 2.º ciclo de escolas públicas e privadas em cinco concelhos da região. A medida foi anunciada este domingo, 27 de junho, e entra em vigor já esta segunda-feira, 28, com duração de 12 dias — coincidindo com o final do ano letivo, a 8 de junho.
Os alunos dos concelhos de Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel passam assim a ter aulas à distância, "de modo a conter cadeias de transmissão", diz o comunicado publicado pela ARS e assinado pela delegada de Saúde regional do Algarve, Ana Cristina Guerreiro. Na nota é também avançado que a medida "será monitorizada permanentemente e revista no dia 9 de julho, com análise da situação epidemiológica dos municípios nessa data", pode ler-se.
A decisão, tomada "com base no princípio da precaução", surge na sequência do aumento de casos na região do Algarve, sendo que no concelho mais preocupante, Albufeira, a taxa de incidência, a 14 dias, ultrapassa os 500 casos por 100 mil habitantes. Já o que regista menor número de casos é São Brás de Alportel, com 326 casos por 100 mil habitantes. No total, avança a ARS, há 816 casos ativos de COVID-19 nos cinco concelhos onde as aulas foram suspensas.
Segundo a Administração Regional de Saúde do Algarve, está em curso uma investigação epidemiológica para "identificar e manter em isolamento profilático e vigilância os contactos diretos dos casos confirmados" de COVID-19 e apela que as escolas contactem a linha SNS24 (808 24 24 24) para o eventual surgimento de casos suspeitos da doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2.
A suspensão das aulas presenciais gerou descontentamento entre deputados do PSD eleitos pelo Algarve que consideram a medida "reveladora de uma intolerável e gritante falta de respeito pelos pais", cita a TVI24, que teve acesso ao comunicado.