Duas mulheres portuguesas foram mortas esta manhã, 28 de março, no Centro Ismaili em Lisboa, após terem sido esfaqueadas por um homem afegão, refugiado em Portugal, tem 29 anos. Segundo o "Expresso", o homem que provocou o ataque terá problemas de saúde mental. O agressor entrou no centro, onde já era costume obter apoio alimentar e frequentar aulas de português para estrangeiros, e atacou várias pessoas com uma faca de grandes dimensões. As duas vítimas mortais são funcionárias do local: uma professora, e uma colega sua. Há ainda mais dois feridos, um ligeiro e um grave.

Duas mulheres mortas à facada em Lisboa. Ataque aconteceu no centro ismaelita
Duas mulheres mortas à facada em Lisboa. Ataque aconteceu no centro ismaelita
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O "Observador" adianta que o familiar de uma das testemunhas do incidente conta que o homem estaria a participar numa aula, e sem ter dado sinais anteriores de perigo, dirigiu-se ao professor (um dos feridos), enquanto os restantes colegas gritavam: "não faças isso, isso não está certo". Após ter atacado o professor, o homem terá ameaçado colocar termo à sua vida, apontando a faca junto ao pescoço. De seguida acabou por abandonar a sala, e esfaqueou as duas mulheres, que acabariam por morrer.

Após as autoridades terem sido contactadas e se deslocarem ao local, tentaram abordar o atacante para que colocasse fim aos atos violentos, mas, em resposta, o homem avançou em direção aos agentes, que dispararam para as pernas do atacante. O refugiado afegão encontra-se a ser operado no Hospital de São José, para onde foi encaminhado após o disparo da PSP.

Homem veio para Portugal em 2021. Perdeu a mulher num campo de refugiados

O homem afegão, com estatuto de refugiado, encontra-se em Portugal desde outubro de 2021, tendo vindo de um campo de refugiados situado na Grécia, onde a mulher morreu, "em circunstâncias difíceis", transmite o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro. O atacante tem três filhos menores, de 9, 7 e 4 anos, e reside em Odivelas. O ministro salienta ainda que não existia "qualquer sinalização que justificasse cuidados de segurança".

Em entrevista ao "Observador", Omed Taeri, o presidente da Associação da Comunidade Afegã em Portugal, concretizou que o atacante seria "uma pessoa muito calma" e que não teriam existido, até então, "situações" consideradas "preocupantes". "Ninguém sabe porque é isto aconteceu neste momento. Ninguém nos consegue dizer o porquê", afirmou Omed Taeri. De acordo com o presidente, o "Centro Ismaili não se abriu à comunidade afegã", e acrescenta que a associação também irá investigar as ocorrências.

De momento, o "Expresso" revela que ainda se encontram pessoas, sobretudo mulheres, dentro do centro a receber ajuda psicológica de especialistas que se deslocaram ao local. As vítimas que presenciaram o ataque seriam voluntárias que cumpriam serviços de limpeza no edifício.

No local do incidente encontram-se ainda vários agentes da Unidade Especial da Polícia, da Unidade Nacional Contra-Terrorismo da PJ, e da PSP.

Através das redes sociais, a PSP deixou um comunicado, apelando às pessoas para que não se desloquem à zona do Centro Ismaili, situado na Avenida Lusíada, em Lisboa, "devido à operação policial em curso", e apelam à "serenidade e tranquilidade".

António Costa já se pronunciou sobre o sucedido. "É obviamente prematuro fazer qualquer interpretação sobre as motivações deste ato deste ato criminoso. Devemos aguardar que as autoridades procedam às necessárias investigações", para além de ter elogiado a "pronta intervenção" das autoridades. "Este é um momento de pesar", afirmou o primeiro ministro.