Carloto Cotta foi absolvido pelo tribunal de Sintra dos nove crimes de que estava acusado, entre eles violação, sequestro e coação sexual. A decisão concluiu que o depoimento da alegada vítima apresentava contradições e incongruências consideradas "inverosímeis".
O tribunal deu como provado que, momentos antes de apresentar a denúncia, a mulher pediu ao ator que a acompanhasse a um evento público. Carloto Cotta recusou, explicando que não queria alimentar especulação mediática, o que acabou por gerar insistências e discussões. Segundo o "Correio da Manhã", o ator pediu-lhe repetidamente que saísse de casa dele. Minutos depois, já no exterior, ouviu-a a gritar "socorro, fui violada".
A mulher declarou em julgamento que tinha ido de livre vontade a casa do ator, mas garantiu que foi posteriormente agredida, insultada, obrigada a fazer sexo oral, a lavar a loiça, a limpar a casa e impedida de sair. Acrescentou que o ator lhe teria exibido os órgãos genitais, trancado a porta, declamado poesia durante horas, ameaçado os filhos e exigido que pagasse uma alegada dívida a traficantes.
As análises ao vestuário revelaram vestígios de sémen do ator, mas Carloto Cotta afirmou que os atos foram consentidos. Os relatórios clínicos descrevem apenas um pequeno hematoma na cabeça e arranhões num braço, sem sinais compatíveis com a violência descrita. O inspetor da Polícia Judiciária responsável pelo o inquérito afirmou em tribunal que as diligências feitas não permitiram identificar indícios de crime sexual, revelou o "Jornal de Notícias".
A mulher só mencionou a violação horas depois da primeira participação às autoridades, explicando que inicialmente estava fragilizada e sem confiança para relatar tudo. Ainda assim, a procuradora do DIAP de Sintra considerou existirem indícios suficientes para levar o caso a julgamento.
Rui Patrício, advogado do ator, afirmou estar "muito satisfeito" com a absolvição, sublinhando que a fundamentação da decisão "não deixou dúvidas" quanto à falta de credibilidade da versão apresentada pela alegada vítima.