O julgamento da morte de Sara Carreira começa esta terça-feira, 24 de outubro, às 14 horas, no Tribunal de Santarém, no qual existem quatro arguidos. A cantora, filha de Tony Carreira e Fernanda Antunes, morreu aos 21 anos vítima de um acidente de viação a 5 de dezembro de 2020.
Ivo Lucas, namorado de Sara à data e condutor do automóvel em que ambos seguiam, é um dos arguidos e está acusado de homicídio por negligência na forma grosseira, já que conduzia “desatento e em excesso de velocidade”. Paulo Neves responde pela mesma acusação, sendo que conduzia alcoolizado, com uma taxa de álcool no sangue de 1,18 gramas/litro, e a 30 quilómetros por hora, abaixo do limite de velocidade numa autoestrada. Ambos arriscam uma pena até cinco anos de cadeia.
Ivo Lucas terá pedido ao tribunal para ser ouvido por videoconferência, algo que o magistrado terá aceitado, segundo avançou o “Correio da Manhã”, e anteriormente já havia apelado à absolvição. O cantor rejeitou o facto da morte de Sara Carreira ter sido causada pela “condução descuidada” de que é acusado e apontou as culpas para Cristina Branco, dizendo que esta não sinalizou devidamente o acidente.
A fadista é acusada de homicídio por negligência e arrisca a uma pena até três anos de cadeia, já que embateu no veículo de Paulo Neves e deixou o seu carro parado no meio da autoestrada, fugindo com a filha para o separador central. Já Tiago Pacheco, o último condutor a colidir contra o carro em que Sara Carreira seguia responde pelo crime de condução perigosa de veículo rodoviário e poderá ser obrigado a pagar uma multa.
O acidente ocorreu na A1, em Santarém, a 5 de dezembro de 2020 pelas 18h49. Ao quilómetro 60, junto à Póvoa da Isenta, Cristina Branco embateu contra o veículo de Paulo Neves. Ivo Lucas, que seguia com Sara a uma velocidade de 128 quilómetros por hora no Range Rover Evoque da cantora, terá tentado desviar-se do automóvel da fadista, mas despistou-se, capotou várias vezes e ainda embateu no carro de Tiago Pacheco, que circulava em excesso de velocidade. O cantor sofreu um derrame num pulmão e ficou com uma fratura exposta no pulso.
No julgamento, em que Tony Carreira estará presente, os arguidos serão os primeiros a falar, avança o “Correio da Manhã”. “Vou lá estar [no tribunal]. Sei que não vai mudar absolutamente nada, mas vou lá estar só para ouvir”, disse o cantor à mesma fonte. “Não vou com espírito de vingança. Só espero ouvir algumas verdades que me confortem e nada mais. Só espero que toda a gente saia em liberdade com a sua consciência e siga em frente”, continuou.
A 27 de março, na primeira sessão instrutória, Tony Carreira lamentou que nenhum dos envolvidos no acidente que vitimou a filha o tenha tentado contactar. “Só lamento que nenhum me tenha enviado uma mensagem ou escrito uma carta a dizer simplesmente: ‘olhe, lamento aquilo que aconteceu’”, disse.
As próximas audiências já estão marcadas, sendo estas na quarta-feira, 25 de outubro, e sexta-feira, 27 de outubro, também no Tribunal de Santarém.