A 11 de setembro de 2001, pelas 8h42 da manhã, 37 passageiros já se encontravam sentados no voo 93 da United Flight, aquele que ia voar do Aeroporto Internacional de Newark rumo a Washington. Foi um dos quatro aviões sequestrados por membros da Al Qaeda — organização terrorista islâmica, fundada por Osama bin Laden — e o único que não chegou ao seu destino: o Capitol Hill.
O que aconteceu dentro daquele Boeing 757 salvou milhares de vidas: a tripulação — que, ao contrário dos passageiros das outras aeronaves, estava a par dos outros atentados — lutou contra os terroristas, conseguiu entrar no cockpit e impediu que o avião chegasse ao seu destino, despenhando-se no estado da Pensilvânea. Ninguém sobreviveu.
Michael Zuckoff, professor na Universidade de Boston, é jornalista do "The Boston Globe" e foi um dos principais repórteres a cobrir os ataques terroristas que aconteceram a 11 de setembro de 2001. “Fall and Rise: The Story of 9/11”, o livro das “vozes dos que se perderam e salvaram”, foi lançado em abril e é o resultado de vários anos de trabalho. Não é fácil lê-lo, diz o "The New York Times". Com a ajuda de familiares das vítimas, de trabalhadores das centrais de controlo e de linhas de manutenção aérea que foram contactados, o autor reconstruiu tudo o que aconteceu a bordo deste avião.
Este é um comovente excerto de “Fall and Rise: The Story of 9/11”, adaptado pelo “Daily Mail.”
United Airlines Flight 93
Os 37 passageiros já estavam de cinto apertados nos seus lugares quando souberam que a descolagem do avião ia ser adiada.
Enquanto o voo 93 da United aguardava na pista do Aeroporto Internacional de Newark, os minutos passavam. Os assistentes de bordo ocupavam-se servindo sumo aos passageiros em primeira classe. Os que iam em económica ficavam com sede.
Entre aqueles sumos oferecidos, estavam três homens da Arábia Saudita e um do Líbano. Pelo menos um deles tinha consigo uma folha de instruções para os supostos mártires.
Escrita à mão e intitulada de “The Last Night”, dizia: “Rezem para que vocês e todos os vossos irmãos conquistem, vençam e acertem no alvo sem medo.” Noutra parte, prometia: “E saibam que o paraíso foi adornado para vocês com as coisas mais doces. As ninfas, vestindo o melhor, estão a chamar por vós.”
Mas a missão dos homens já estava a começar mal. O líder, Mohamed Atta — pessoalmente seleccionado por Osana bin Laden — assegurou-se de que ele e os 18 colaboradores tivessem lugares reservados em quatro aviões dos EUA, que partiam com poucos minutos de diferença uns dos outros. Desta forma, uma vez que os sequestros dos quatro aviões estavam em andamento, ninguém teria tempo para avisar os outros pilotos, quanto mais localizá-los. Foi um cálculo diabólico que funcionou perfeitamente — até este momento.
8h42: o voo 93 descola com 42 minutos de atraso. Naquele momento, o primeiro avião estava a apenas quatro minutos de entrar na Torre Norte do World Trade Center. O segundo avião ia bater na Torre Sul 17 minutos depois. E, com mais 34 minutos, o terceiro avião iria explodir com o embate no Pentágono, em Washington DC.
Sobrevoando acima de Nova Jersey, os passageiros não faziam ideia de que aquele atraso — assim como os 46 minutos que os terroristas demoraram a lançar o ataque — poderia salvar centenas de vidas.
Como resultado, nas suas conversas finais com os entes queridos, os passageiros e a tripulação seriam informados sobre as Torres Gémeas em chamas, não deixando ninguém com dúvidas sobre o seu provável destino.
9h15: os comissários de bordo começam a servir o pequeno-almoço Mensagens de rotina eram trocadas entre o cockpit e o controle de tráfego aéreo. Tudo parecia normal. A maior preocupação dos pilotos era de que um vento fraco pudesse impedi-los de compensar o atraso e chegar a São Francisco a tempo.
Ninguém lhes disse que dois aviões tinham voado contra as Torres Gémeas. Ninguém mencionou o que os telefonemas vindos daqueles voos tinham revelado, que os sequestradores tinham forçado entrada nos cockpits, matando ou ferindo os pilotos. Ninguém disse que um terceiro avião tinha desaparecido dos ecrãs de radar, 20 minutos antes.
Os terroristas invadem o cockpit
Mas um funcionário de nível médio de 62 anos da United Airlines, em Chicago, estava preocupado com a perspetiva de novos sequestros. Sem consultar ninguém, Ed Ballinger começou a enviar mensagens digitais para os pilotos da United ainda no ar, alertando-os para tomar cuidado com uma possível e violenta “invasão de cabine”.
Ele sabia que cada cabine continha um machado de fogo, atrás do assento do primeiro oficial. Portanto, ele esperava que os pilotos usassem a arma do tamanho de um martelo para defender os seus aviões, as suas vidas e a de todos os inocentes a bordo.
9h23: a mensagem de Ballinger sobre os sequestros anteriores chegou ao cockpit do voo 93.
9h26: três minutos depois, perplexo, o capitão Jason Dahl, do voo 93, respondeu: ‘Ed cofirm [sic] mas recente, mssg por favor — Jason’”
Ballinger, que estava ocupado a entrar em contacto com outros aviões, não respondeu imediatamente. Mais tarde, ele torturou-se com a pergunta: deveria ter formulado a mensagem com mais força? E se ele a tivesse enviado uns minutos antes?
9h28: os terroristas invadiram o cockpit. O avião caiu 685 pés. Onze segundos depois, um dos pilotos gritou no rádio: “Mayday! Socorro! Socorro!”. Houve um segundo grito estridente: “Hey, sai daqui!”.
Um dos pilotos deve ter mantido a mão pressionada no botão de conversa do microfone de rádio: os sons da luta foram ouvidos pelos controladores terrestres da Administração Federal de Aviação e pelos pilotos de aviões na mesma frequência.
35 segundos depois da chamada de socorro, um dos pilotos gritou novamente: “Hey, sai daqui, sai daqui.” A ouvir estava o controlador de voo do voo 93, John Werth, que estava em Cleveland, Ohio. “Acho que temos um!”, chamou o supervisor. Um outro sequestro suicida estava claramente a caminho, e ele temia que o alvo dos terroristas fosse uma usina nuclear, a 65 quilómetros da posição atual do avião.
Os quatro terroristas no voo 93 seguiam quase o mesmo itinerário do que o dos três primeiros aviões. Enquanto uns atacavam os pilotos, outros esfaqueavam, pelo menos, um passageiro ou comissário de bordo e moviam o resto da tripulação para a traseira do avião.
9h31: o controlador John Worth ouviu uma nova voz masculina com um sotaque do Médio Oriente. O homem respirava pesadamente, possivelmente porque ajudara a arrastar pelo menos um dos pilotos do cockpit.
“Senhoras e senhores, aqui o capitão”, disse ele. “Por favor, sentem-se, continuem sentados. Temos uma bomba a bordo, portanto sentem-se. A voz pertencia, quase certamente, a Ziad Jarrah, 33 anos, o único sequestrador com treino de piloto. Não que isso significasse muito: tinha apenas 100 horas numa escola de voo dos EUA.
Durante os 31 minutos seguintes, o gravador do cockpit do Boeing 757 registou vários diálogos. As duas vozes pertenciam a Jarrah e a um ajudante; outros dois eram falantes nativos de inglês.
Nem sempre foi claro sobre quem é que estavam a falar. Mas uma coisa era certa: os sequestradores estavam a brutalizar, pelo menos, um dos seus prisioneiros. Primeiro, Jarrah — cliente habitual de discotecas em Beirut — emitiu uma série de ordens: “Não te mexas. Cala-te. Para! Senta-te! Senta-te! Senta-te!”. “Mais não”, implorou alguém. Depois: “Não” — repetido por alguém nove vezes.
Um dos sequestradores começou a gritar vezes sem conta para uma pessoa: “Deita-te, deita-te, deita-te.” Depois o gravador captou a voz de uma mulher, possivelmente de uma das assistentes de bordo da primeira classe. Ela suplicou aos agressores: “Por favor, por favor, não me magoem.”
Quase quatro minutos depois, ela começou a implorar pela sua vida: “Eu não quero morrer!”. Enquanto lutava pela sua vida, a mulher chorou. Finalmente, Jarrah disse ao outro sequestrador em árabe: “Vai para trás.”
9h37: um homem relatou em árabe que não teria mais problemas com os reféns. “Está tudo bem. Acabei.” A voz da mulher não foi ouvida novamente.
Jarrah fez o avião virar em U, apontando para Washington DC. Em terra, o controlador Jon Werth viu a curva no seu ecrã de radar. Era tão abrupta que, pensou, qualquer um que estivesse na traseira do avião seria projetado como uma boneca de pano.
No entanto, mesmo assim, ninguém na sede da FAA informou os militares de que um quarto avião com passageiros tinha sido sequestrado.
9h42: o gravador de voz do cockpit captou outra voz, possivelmente de um dos pilotos. Foi um gemido agudo. “Oh, não”.
A revolta dos passageiro e as chamadas telefónicas
Enquanto o caos aumentava, os passageiros e a tripulação começaram a fazer telefonemas, a maioria a partir dos airfones [serviço radiotelefónico aéreo que permitia que os passageiros fizessem chamadas num voo], embutidos nos encostos nos bancos. A tecnologia permitia fazer apenas oito chamadas ao mesmo tempo e a má receção fez com que 20 chamadas caíssem.
A assistente de bordo Sandy Bradshaw usou um número de três dígitos para chegar ao centro de manutenção da United, em São Francisco. Composta e profissional, disse a um gerente de manutenção que os sequestradores estavam no cockpit, que tinham uma faca e que mataram uma comissária de bordo.
Mark Bingham, uma antiga estrela de rugby de 21 anos, que uma vez lutou com um assaltante com uma arma, conseguiu falar com a mãe, Alice Hoagland.
“Mãe, é o Mark…”, disse. “Quero que saibas que eu amo-te. Amo-vos a todos.” Ele disse-lhe que “três homens” tinham sequestrado o voo. “Tens de acreditar em mim. É verdade.” A linha foi abaixo. Alice ligou para o FBI, depois ligou para o telemóvel de Mark. Não houve resposta, portanto ela deixou-lhe uma mensagem, dizendo-lhe: “Vai em frente e faz tudo o que puderes para dominá-los, porque eles estão determinados.” Mark nunca retribuiu o voicemail da mãe. Mas outros estavam a ter o mesmo pensamento.
Jeremy Glick, um antigo campeão nacional de judo de 30 anos, ligou à mulher Lyz, que estava com a filha, em casa dos seus pais, numa quinta no interior de Nova Iorque. “Ouve, estão uns homens maus no avião”, disse-lhe. Lyz começou a chorar. Disseram repetidamente um ao outro: “Amo-te”.
Poucos minutos depois, com os olhos postos na televisão, ela deu a notícia devastadora de que um avião acabara de entrar no Pentágono. Jeremy manteve a calma, mas ela conseguia sentir a confusão na voz dele.
A sogra agora falava com a sua mulher. “Dá-lhe coragem. Dá-lhe coragem”, disse ela. Lyz voltou ao telefonema. Jeremy disse-lhe que estavam alguns tipos a unir-se e que queriam atacar os sequestradores. Era uma boa ideia? Lyz disse que não sabia e perguntou se os sequestradores tinham mais armas.
Não, disse Jeremy, acrescentando, em tom de brincadeira, que ele e quatro outros homens “iriam pegar em facas de manteiga.” Depois ficou sério. Ele os outros homens votaram, disse ele, e chegaram a uma decisão. “Acho que precisas de fazer isso”, disse Lyz. “Tu és forte, tu és corajoso. Amo-te.”
9h43: o vendedor de softwares de computador Todd Beamer tentou ligar para a mulher, mas não conseguiu ter ligação. Frustrado, carregou no botão 0 numa airfone e falou com um operador.
O operador ficou chateado e chamou o supervisor. “Eu fico com esta chamada”, disse a supervisora Lisa Jefferson, que por coincidência, tinha o mesmo nome da sua mulher.
Lisa e Todd, 32 anos, estabeleceram imediatamente uma ligação. Ele disse-lhe que estavam duas pessoas no chão da cabine de primeira classe, mortas ou feridas. Lisa ouviu uma comissária de bordo a dizer a Todd que eram os dois pilotos.
Enquanto ela falava, o avião desceu bruscamente. ‘Oh meu Deus, estamos a cair”. Gritou Todd. “Estamos a cair. Jesus nos ajude.”
O avião estabilizou e Todd recuperou a compostura. Perguntou a Lisa se ela rezava o Pai Nosso consigo. Eles seriam os últimos a recitar aquelas palavras.
Lisa ofereceu-se para ligar à mulher de Todd, mas ele recusou. “Não quero incomodá-la desnecessariamente”, disse. “Ela está à espera do nosso terceiro filho, que nasce em janeiro, e prefiro não incomodá-la com más notícias.”
9h48: Todd informou Lisa: "Alguns de nós, passageiros, estamos a reunir-nos. Acho que vamos saltar em cima do tipo com a bomba.” Lisa perguntou se Todd tinha a certeza. Ele disse que não tinham escolha e que confiaria na fé.
Tom Burnett — o vice-presidente de 37 anos de uma empresa de bombas cardíacas — telefonou para a sua mulher, Deena. “Alguns de nós estamos a preparar-nos para fazer uma coisa”, disse-lhe. Avisou-a que talvez ele não pudesse voltar a ligar de volta.
A chamada entre a comissária de bordo Sandy Bradshaw, de 38 anos, e o marido, Phil — piloto da U.S. Airways — era notavelmente prática. Ele fê-la procurar pelo sol e concluiu que o avião estava a voar para leste.
Ela disse-lhe que os passageiros estavam a receber água quente da cozinha, enquanto se preparavam para agir. Phil pediu a Sandy para ligar quando eles chegassem ao cockpit. Ele sabia pilotar um 757 e podia guiar alguém. Expressaram o amor um pelo outro. Sandy pediu-lhe que educasse bem os filhos.
9h45: a falar em árabe, Jarrah pediu a um sequestrador que trouxesse “o piloto” de volta ao cockpit. Isso sugeria que um dos pilotos pudesse ainda estar vivo e que o inexperiente Jarrah precisasse de ajuda. Mas nada mais foi dito sobre o piloto. E o homem que gemeu: “Oh não” nunca mais foi ouvido.
9h46: aparentemente preocupado por estar a perder altitude muito rapidamente, Jarrah empurrou o nariz do avião para cima e fez com que o voo 93 desse outro mergulho no ar. Houve grito abafados fora do cockpit.
9h53: os terroristas sentiram uma revolta a formar-se. Em árabe, um sequestrador sugeriu usar o machado do fogo para impedir os passageiros.
Vários minutos antes das 10 horas, Todd Beamer — ainda a falar com a supervisora Lisa Jefferson ao telefone — virou-se para alguns passageiros: “Vocês estão prontos?”, ouvi-o perguntar. Ela não percebeu a resposta. Mas ouviu as três últimas palavras dele: “Ok. Vamos a isso.”
Para chegar ao cockpit, que estava a cerca de 100 pés de distância, os rebeldes tinham de correr em fila única por um corredor de 20 polegadas [50,8 centímetros] de largura. Gritos temíveis acompanharam-nos.
Os sequestradores ouviram, de dentro do cockpit. “Têm alguma coisa?”, perguntou um deles. “Uma luta?”, perguntou outro. Da secção da primeira classe, um sequestrador encurralado bateu na porta da cabine, em busca de refúgio. Em seguida, chegaram os sons de uma luta e os gritos de um homem.
Para desequilibrar a tripulação que atacava, Jarrah virou o controle para que avião balançasse para a esquerda e para a direita, e para a esquerda e para a direita.
A luta fora do cockpit continuou. Um sequestrador gritou: “Fica aí!" — ameaçando-os, talvez, com uma faca ou com o machado do fogo. Ainda assim, eles continuavam a avançar. “No cocktpit!”, gritou um passageiro. “No cockpit!”.
9h59: Jarrah disse em árabe: “Eles querem entrar. Segura [a porta]. Segura por dentro. Segura por dentro. Espera.”
Do lado de fora, um passageiro gritou: “Vamos!”. Ouviu-se metal a estalar, depois um sequestrador gritou “ah” e copos ou chapas a partirem-se.
A queda do voo 93
10h: os terroristas começaram a perder o controlo do cockpit. Um deles, provavelmente Jarrah, perguntou: “É isso? Vamos acabar com isto?”. “Não. Ainda não — disse outro.” Jarrah disse: “Quando todos vierem, terminamos.”
Do lado de fora da porta, um passageiro ou membro da tripulação disse: “Ah! Estou ferido.” Depois, o som de metal a bater em metal. Os passageiros preparavam-se para outro empurrão. “No cockpit. Se não o fizermos, vamos morrer”, gritou um homem.
Jarrah tentou uma nova tática, fazendo o avião subir e, depois, mergulhar, e, depois, subir novamente.
Mais gritos, gritos e vidros a partirem-se, Os passageiros estavam, aparentemente, a usar um carrinho como aríete. “Empurra-o”, gritou um passageiro masculino.
O gravador do cockpit captou o som de um grande estrondo — presumivelmente, o carrinho a bater na porta. “Alá é o maior”, gritou Jarrah. “Alá é o maior.”
10h01: ainda a 200 quilómetros de Washington DC, os sequestradores perceberam que não conseguiam aguentar a cabine durante tempo suficiente para cumprirem a missão assassina.
A voar perto de Johnstown, na Pensilvânia, a 108 quilómetros leste de Pittsburgh, Jarrah optou por uma alternativa que Mohamed Atta tinha criado: qualquer sequestrador, se não conseguisse atingir o seu alvo, deveria fazer o avião cair no chão.
“É isso?”, perguntou Jarrah em árabe a outro sequestrador. “Vamos levar isto abaixo?”. A resposta foi sim.
10h02: “Vá! Vá! Mexer! Mexer”, gritou um dos passageiros.
Uma ordem em árabe: “Para baixo, para baixo. Puxa isso para baixo”. O voo 93 avançou em direção às colinas e riachos do sudoeste rural da Pensilvânia.
Enquanto a terra se aproximava, os passageiros e a tripulação fizeram, aparentemente, um esforço para chegarem aos sequestradores. Passaram a porta? O gravador do cockpit revela uma luta no último segundo. Uma possibilidade é de um dos passageiros agarrar nos controles do pilotos, num esforço desesperado para travar a queda.
Um sequestrador gritou em árabe: “Ei! Ei! Então, dá-me isso”, repetindo-o sete vezes. Alguém virou os controles para a direita. O avião voou de lado, depois virou-se de cabeça para baixo, ficando a barriga virada para o céu azul. Um dos passageiros masculinos gritou: “Não!”. Os sons finais foram gritos, ruídos altos e orações a Alá.
10h03: a mais de 550 quilómetros por hora, o voo 93 caiu num campo próximo de uma mina de carvão recuperada, perto do Indian Lake, em Shanksville, na Pensilvânia.
O impacto deixou uma cratera de 15 pés de profundidade e 30 de largura. Os 33 passageiros, sete tripulantes e quatro sequestradores morreram — mas ninguém em terra ficou ferido. Um agente do FBI, sedado em Pittsburgh, descreveu, mais tarde, o acidente de avião como “uma faca em manteiga quente.”
10h05: um avião de carga vê o fumo negro da última posição conhecida do voo 93 e alerta os militares de defesa área do nordeste.
10h17: o centro de comando local avisa, finalmente, a sede geral dos militares de que o voo 93 realmente de despenhou.
Os heróis do voo 93 não se conseguiram salvar. Eles nunca voltariam para casa, para os seus ente queridos. Mas com grande coragem, eles não só impediram os terroristas de destruírem o Capitólio ou a Casa Branca, como salvaram muitas vidas.