A Avenida Monte Penedo, na Maia, é a primeira em Portugal a ter uma passadeira a três dimensões, que gera uma ilusão de ótica nos condutores que poderá levar a que estes abrandem quando se aproximam da zona de passagem de peões. Esta ideia é apenas um teste à eficácia de uma passadeira 3D, algo que já existe em países como a Islândia ou o Japão. Se resultar, pode mesmo ser implementada noutras zonas do País.
A MAGG foi até à Maia e testou a nova passadeira 3D, para perceber se é eficaz, se gera o tal efeito ótico e se o mesmo leva, de facto, a que os carros abrandem.
Primeira nota negativa: o efeito 3D só funciona se os carros vierem num sentido da estrada, ou seja, em direção ao Colégio Novo da Maia. Se forem no sentido inverso, é apenas uma passadeira normal, igual a todas as outras. Seria impossível criar um efeito visual 3D que funcionasse dos dois lados, é óbvio, mas se a ideia é a de reduzir a velocidade dos automóveis, talvez fizesse sentido que existissem duas passadeiras, distantes uma da outra, com o efeito visual em cada um dos sentidos.
Segunda nota negativa: o efeito 3D não é evidente de todos os ângulos. Se nos posicionarmos bem ao centro da passadeira, funciona bem, e gera, efetivamente, uma ilusão de que a passadeira está elevada. Mas se nos aproximarmos da berma esse efeito já não é tão forte, e percebe-se que é uma pintura na estrada.
Terceira nota negativa: a passadeira tem poucos dias de vida, mas já apresenta marcas vincadas de pneus, resultantes de travagens bruscas. A culpa aqui não será de quem pintou ou idealizou a passadeira, mas dos automobilistas. Falta saber se as mesmas existem porque houve uma necessidade efetiva de travar bruscamente ou, pelo contrário, se foi apenas uma brincadeira para deixar uma marca em algo novo.
Um aspeto curioso: a passadeira pode vir a tornar-se num sítio de passagem obrigatório para muita gente que anda pelo norte. Existem já no Instagram dezenas de fotos de várias pessoas que se deslocaram propositadamente ao local para tirar fotografias. Por um lado, ajudam a que se tome consciência desta infra-estrutura, mas por outro podem, caso isto se massifique, levar a que a passadeira se torne quase num ponto turístico da região.
Em geral, parece-nos que a passadeira é apenas algo divertido, curioso, e que não terá grandes efeitos práticos quanto aos seus objetivos centrais: diminuir a velocidade dos automóveis e reduzir o risco para os peões, sobretudo crianças, que frequentam a avenida. Custa-nos muito dizer isto, mas nada é mais eficaz do que as odiosas lombas.