Fez esta quarta-feira, 15 de abril, um mês que David Mota foi visto pela última vez. O rapper português mais conhecido por Mota JR. terá sido alegadamente raptado e até agora não existem pistas do seu paradeiro. A mãe, Filomena Mota, esteve esta quarta-feira no programa “A Tarde É Sua”, com Fátima Lopes, onde desvendou alguns detalhes e contornos do caso.
“O sábado, dia 14 [de março], não foi muito normal. Todos os concertos que ele tinha foram cancelados e estava preocupado com o dinheiro, porque ia agora sair um CD e ele até tinha estado a fazer videoclipes. Estava um pouco preocupado. Esteve o sábado todo comigo”, começou por explicar a mãe.
Filomena contou que o filho recebeu um amigo em casa e que quando às 23h30 sentiu a porta de casa a fechar pensou que teria sido o amigo a sair. “Às duas da manhã acordei com o telefonema da minha vizinha a perguntar se estava tudo bem e se eu sabia do David. Respondi-lhe que ele estava no quarto e ela disse para ir ver. Eu fui ao quarto e ele não estava”.
A vizinha de Filomena tinha encontrado itens pessoais do rapper, como o chapéu e uns chinelos que costumava usar, à porta do prédio. A juntar a isto, Filomena viu ainda salpicos de sangue junto ao elevador: “Dava a sensação que eram pingos de sangue como se alguém lhe tivesse batido”. Foi então que chamaram a Polícia de Segurança Pública (PSP). “Eles foram lá a casa e disseram que não podiam fazer nada porque não sabiam se aquele sangue era do David ou de outra pessoa qualquer. Disseram que não podiam fazer nada e que se iam embora. Eu perguntei se não podiam ir dar uma volta ao bairro para ver se viam alguma coisa”, relembrou a mãe de David Mota.
O rapper saiu com o amigo e terá ido ter com uma mulher. Após ter estado com ela, decidiu levá-la para casa dele. Mas nunca chegaram a entrar no prédio. Terá sido nessa altura que se deu o rapto.
Ainda de madrugada, o telefone do rapper português tocou. “Era uma rapariga que eu não conhecia. Disse que vinha a entrar em casa com ele e que apontaram uma arma ao David. Eram dois indivíduos encapuzados, todos tapados e ela disse que não tinha conseguido ver nada. Apontaram uma arma ao David e mandaram-na embora. Ela depois disse que apanhou um Uber e que foi para casa dormir”. Ainda que a família tenha insistido, a rapariga recusou-se a contar o sucedido às autoridades.
Já de manhã, e depois de a PSP ter chamado os serviços criminais, a Polícia Judiciária interveio e levou a mãe e irmã do rapper até à esquadra para prestar declarações. As duas não queriam ir porque, depois do sucedido, desconfiavam que alguém lhes poderia entrar em casa. Embora tenham manifestado isso às autoridades, a PJ terá insistido para que fossem prestar declarações. “Eu liguei à minha vizinha e disse: ‘Por favor vê se o elevador vai até lá acima lá acima, se notas algum movimento porque a casa está sem ninguém’". Mas o assalto deu-se mesmo. "A minha vizinha esteve sempre atenta, só que eles devem ter subido pelas escadas”. A Fátima Lopes, Filomena explicou que as únicas coisas roubadas foram as de David: em falta estavam o dinheiro e o ouro do rapper.
De então para cá, e durante este mês, foram ainda disponibilizadas imagens que mostram David Mota a ser violentamente agredido num túnel – mas até agora são as únicas pistas que têm. “Passo os dias a rezar para ele voltar são e salvo”, disse Filomena. “Ele tinha muita vontade de viver”.